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O papel dos manuais didáticos e das mídias educativasconteúdo já abordado anteriormente, atividades e exercícios de redação. Observam-se mapas, imagens,documentos, esquemas e box explicativos ao longo do capítulo.No caso do LIVRO B, a unidade analisada é a primeira, intitulada “O mundo fica maior”, portratar da chegada dos portugueses e forma de organização social da colônia, o que permite um estudocomparativo entre os dois livros didáticos. As autoras iniciam esta unidade expondo o tema dasviagens, e do desejo humano em sempre procurar conhecer o que ainda é desconhecido, ir em busca dedescobertas, de observar o céu e os astros para tentar desvendá-lo. Misturam-se imagens diversas,algumas com objetivo de ilustrar o texto explicativo, como navios - um homem pisando na lua, aimagem da terra vista do espaço-, outras são fontes imagéticas, com trechos de poemas, como “Ohomem, as viagens”, de Carlos Drummond de Andrade, e perguntas sobre o homem e sua relação como espaço, baseadas no poema. Observa-se uma grande presença de textos literários, que acompanhamo texto do autor ao longo do capítulo, para ilustrar os temas que são tratados, como concepções demundo para diferentes povos.O contexto das grandes navegações é apresentado, como continuação do tema inicial, dodesejo do ser humano em descobrir novos lugares, As perguntas são sempre direcionadas para ocotidiano do aluno e fazendo relações com a contemporaneidade, muito mais do que uma análisehistórica sobre o tema. As formas de viagens dos europeus no século XIV e XV são comparadas comas atuais, das embarcações lotadas, com escassez de água e alimentos, que estragavam durante asviagens, e inúmeras doenças e epidemias que acometiam os viajantes, além dos perigos da viagem emsi, são comparadas com as viagens espaciais e de transatlânticos.Ambos os livros utilizam algumas imagens e documentos já considerados clássicos, e muitofreqüentes nos livros didáticos, como trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha, que inclusive estápresente nos dois manuais analisados. A permanência de certas abordagens eurocêntricas muitoantigas, como apontam Moreira e Silva (2011) também é visível no livro de Costa Junior, em que avisão do europeu colonizador é privilegiada, e os outros sujeitos, indígenas, negros, pobres, populaçãoem geral, só aparecem enquanto instrumento para realização das ações planejadas pelo homem brancocivilizado, uma visão que precisa ser modificada, e mostrar a pluralidade de grupos sociais existentesque agem na história e ajudam a construí-la.2.4 Procedimentos de pesquisaPara selecionar as obras que seriam examinadas, foram realizadas visitas a escolas municipais,nas quais se procurou conversar com coordenadoras professoras das séries iniciais, com dois objetivos:conhecer os livros usados nas aulas de História e saber como são usados, especialmente no trabalhocom as fontes. Em duas escolas a pesquisadora foi atendida, os livros foram mostrados e emprestados,houve uma primeira conversa sobre o tema, mas as professoras manifestaram dificuldades em atendera pesquisadora. Foram marcadas e desmarcadas várias datas para a entrevista ao longo do primeirosemestre de 2012, as quais, ao final, não foram realizadas. Por esse motivo, a pesquisa foi focalizadana análise dos livros, complementando-se algumas informações dadas pelas professoras no primeiroencontro. Para a análise dos livros, utilizou-se a metodologia sugerida por Franco (2003), referida naanálise de conteúdo. Após uma primeira leitura de toda a obra, foram definidos os capítulos quetraziam conteúdos semelhantes, nos dois livros. Nessa etapa, foi possível verificar a presença demuitas imagens nos dois livros, evidenciando a potencialidade de trabalho com as fontes imagéticas.Em seguida, foram levantados os elementos que seriam examinados, constituindo-se assim ascategorias analíticas:a) Imagens: considerando a estética dos manuais didáticos em sua apresentação dasexperiências históricas, devem-se aproveitar as diferenças históricas entre passado e presente paracausar fascínio nos alunos. As imagens neste contexto devem ser apresentadas de modo a gerarreflexão, interpretações e representar a alteridade histórica (RÜSEN, 2010, p. 120).b) Textos: quanto aos textos presentes nos manuais didáticos, Rüsen (2010) afirma que, assimcomo no caso das imagens, não deve apenas servir para ilustrar determinado tema e nem ser tão curtosou fragmentados a ponto de não conseguirem transmitir os aspectos da experiência histórica.c) Utilização de fontes históricas: para Schmidt e Cainelli (2004, p 92-105), a característicade utilização de documentos para conferir legitimidade ao texto nos livros didáticos insere-se em uma355

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