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O papel dos manuais didáticos e das mídias educativasdistribuição de livros didáticos do mundo, sem a participação do Estado na coedição das obras, massendo ele, no entanto, seu principal financiador.Destaca-se que o PNLD mantém estreita relação com as políticas públicas educacionais quetiveram início na década de 1990 e que se materializam através da publicação da Lei de Diretrizes eBases, nº 9394, de 1996. Além de esta legislação normatizar a educação nacional, estabelecendodistinções entre os níveis de ensino (Fundamental, Médio e Superior), previa-se as formas pelas quaiso Estado deveria garantir o acesso e a permanência na educação escolar. Dentre estas formas, está aaquisição de material didático-pedagógico (Art. 70, item VIII), considerada como despesa específicapara a manutenção e desenvolvimento do ensino, com o intuito de atender os objetivos de todos osseus níveis. Além disso, aponta-se que a LDB 9394/96 prevê a “progressiva extensão daobrigatoriedade e gratuidade ao Ensino Médio” (Art. 4º, item II), e indica que este nível de ensinopode preparar os estudantes tanto para o mercado de trabalho, quanto para a continuidade dos estudosno Ensino Superior.Percebe-se, entretanto, que os alunos do Ensino Médio passaram um longo período sem seremassistidos por programas de distribuição de livros. Apenas em 2004 foi lançado, para algumasdisciplinas, o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM), com os livrosdidáticos de Física sendo incorporados ao PNLEM apenas em 2008. Em 2012, esta e outras disciplinasdo Ensino Médio passaram a configurar o quadro do PNLD EM.A distribuição de livros didáticos de Física para o Ensino Médio, através do PNLD, possibilitauma ampliação no número de alunos que entrarão em contato com livros deste campo deconhecimento. Este fato é extremamente relevante se pensarmos que, para grande parte da população,o Ensino Médio será o único momento da vida escolar em que se entrará em contato com osconhecimentos de Física. Assim, para além da distribuição massiva de livros didáticos de Física, énecessário pensar sobrea pertinência e necessidade de reorganização dos componentes curriculares de Física– entendida aqui a idéia de currículo como sendo algo muito mais amplo do quemera listagem de conteúdos –, de tal forma que possam dar conta, tanto dasdemandas de continuidade de estudos e das de natureza profissional como, eprincipalmente, daquelas exigidas pela vida no seu dia-a-dia. (GARCIA, ROCHA eCOSTA, 2009, p. 139)Defende-se esta noção apoiando-se na ideia de que não basta garantir, por um lado, acessoquantitativamente ampliado aos livros didáticos se os mesmos, por outro, não se apropriarem de modopleno das características que os tornarão objetos de reflexão sobre os processos de ensinoaprendizagemdiscutidos nas pesquisas em ensino de Física. Assim, ao mesmo tempo em que sedestaca a importância de programas de distribuição massiva, como o PNLD, é necessário que se presteatenção, do mesmo modo, aos aspectos qualitativos referentes, em última instância, à adequaçãodidático-pedagógica das obras à realidade educacional do momento presente. No Brasil, esta realidadeé profundamente marcada por uma organização escolar que prevê o Ensino Médio como a última etapada Educação Básica e, como tal, configura-se como a porta de entrada, tanto para o Ensino Superior,quanto para o mercado de trabalho. Devido às contradições do atual período histórico, verifica-se queo Ensino Médio ainda é para muitos, a última etapa da escolarização, fato que não pode sernegligenciado nas considerações das pesquisas em ensino de Física assim como nas relativas aodesenvolvimento dos livros didáticos de Física.3 LIVROS DIDÁTICOS: MERCADORIAS E PRODUTOS CULTURAISComplementando as discussões sobre a relação entre as políticas públicas educacionais e osprogramas governamentais de distribuição gratuita, é necessário considerar a relação entre a autoria delivros didáticos e o mercado editorial. Considerando que estas modificações acabam por marcar aprodução de livros didáticos de Física, é pertinente e necessário estudá-los em base às relaçõesestabelecidas entre autoria e mercado editorial, haja vista que esses artefatos fazem parte de umaprodução cultural mais ampla. Pensando nestas relações, Williams (2000) identificou, a partir do193

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