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O papel dos manuais didáticos e das mídias educativas(1997; 2001; 2007); BARCA (2006); SCHMIDT (2002; 2006); SCHMIDT e GARCIA (2006); entreoutros.Para nortear as pesquisas levantou-se a seguinte questão de investigação: De que forma ainstituição de determinadas narrativas históricas pela história escolarizada tem contribuído para aformação da consciência histórica sobre a escravidão africana no Brasil?Entendendo o manual didático como um produto da cultura escolar (SCHMIDT, s/d),tomei como foco de investigação os manuais didáticos do Ensino Fundamental, mais especificamenteos aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e recebidos pelas escolas municipaisde Curitiba. Para tanto, delineei a seguinte questão de investigação: “De que forma a ideia deescravidão está presente na narrativa de manuais didáticos de história no ensino fundamental?”Para esse artigo destaco o estudo comparativo realizado a partir das análises das coleçõesavaliadas e aprovadas pelo PNLD/2010 para os anos iniciais do ensino fundamental – 2º ao 5º anos edas coleções mais adotadas pelas escolas de 6º ao 9º ano - PNLD/2011.2 PRESSUPOSTOS TEÓRICOSEm torno da questão dos manuais didáticos, Cuesta Fernandez (1997; 1998), tem buscadocomo fonte de pesquisa os manuais didáticos e os tem denominado de textos visíveis do códigodisciplinar 6 da história escolar. No entender do autor o texto didático é:o conjunto de suposições e normas tangíveis ou intangíveis, visíveis ou invisíveis,que governam seu discurso e seu uso: desde a freqüente adoção de um estilo frio eimpessoal, como se não existisse o aluno, como se a narração fosse transescolar, atéa seqüência de atividades e a atribuição de papéis aos intervenientes no processo deensino e aprendizagem (CUESTA FERNANDEZ, 1998, p.107).Segundo o autor, o manual didático constitui um gênero literário que se constróihistoricamente e que possui marcas que permitem diferenciá-lo de outros instrumentos decomunicação verbal. O manual didático possui uma "marca pedagógica", ou seja, as relações entretexto escrito e visual, a existência de partes dedicadas a recapitular o texto principal, os esquemas egráficos. (CUESTA FERNANDEZ, 1998, p.109).Além de um "depositário dos conteúdos escolares" e um "instrumento pedagógico", comoindicado por Cuesta Fernandez, o manual didático é considerado, no dizer de Circe Bittencourt (2001,p.71-72), como uma "mercadoria", na medida em que é um produto de edição que segue as tendênciasde fabricação e comercialização obedecendo à lógica do mercado. Ademais, é um "veículo portador deum sistema de valores, de uma ideologia, de uma cultura", ou, nas palavras de Cuesta Fernandez(1998, p.28), um instrumento de "inculcação ideológica". De acordo com Abud (1984, p.81), o manualdidático tem sido um dos canais de transmissão e, sobretudo, de "manutenção dos mitos eestereótipos" da história.Para a autora, desde o século XIX, o manual didático tem sido um importante instrumentoutilizado em sala de aula, na medida em que tem servido “como mediador entre a proposta oficial dopoder expressa nos programas curriculares e o conhecimento escolar ensinado pelo professor”(BITTENCOURT, 2001, p.72).Para Rüsen (1997, p.81, 82), o livro de História é o guia mais importante da aula de História eeste deve ter algumas condições para que seja considerado um “livro ideal”, e com isso possibilite aaprendizagem da História que, no seu entender, é um processo de desenvolvimento da consciênciahistórica no qual se devem adquirir competências da memória histórica. As características de um bom6 Para Cuesta Fernandes, além dos textos visíveis (como Leis, Códigos, Regulamentos e manuais didáticos), há que se buscaroutras fontes para a reconstrução do código disciplinar do ensino de História. Seriam os textos invisíveis do códigodisciplinar, “os conteúdos escolares da prática de ensino”. Deste modo, para essa reconstrução há que se “diversificar” asfontes: “fotografia, pintura, espaços e arquiteturas escolares, regulamentos, memórias de centros, testemunhos orais,entrevistas, informes administrativos” (CUESTA FERNANDES, 1997, p. 12, 13, 21).49

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