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O papel dos manuais didáticos e das mídias educativas1 INTRODUÇÃONo âmbito das discussões didáticas, a escolha de materiais para uso em sala de aula é umatemática recorrente do ponto de vista dos debates, das prescrições e das normatizações. No entanto,ganha contornos específicos em diferentes momentos históricos, seja como resultado dastransformações sociais e das conseqüentes mudanças nas demandas do processo de escolarização, oucomo produto de questões teóricas e metodológicas particulares de cada uma das disciplinas quecompõem o currículo escolar.Do ponto de vista da pesquisa, o tema tem sido objeto de estudos em dimensões específicas,como no que diz respeito aos livros didáticos e, nas últimas décadas, quanto ao uso das denominadas“novas” tecnologias de informação e comunicação. No primeiro grupo, são freqüentes os estudos queexaminam os próprios livros, em diferentes perspectivas – para verificar a presença de ideologias, asformas como autores incluem ou excluem determinados elementos teóricos e/ou metodológicos,características formais, entre outras. Mas são menos freqüentes os estudos que se aproximam da salade aula para verificar elementos relacionados à presença dos livros nas aulas ou, em outras palavras,como os livros afetam a produção das aulas.No caso brasileiro, nas escolas públicas, os processos de escolha ou seleção dos livrosdidáticos são marcados por uma condição particular, uma vez que ocorre uma seleção prévia porespecialistas que avaliam os livros, dentro do Programa Nacional dos Livros Didáticos (PNLD); esseprocesso resulta em uma lista de livros que, em princípio, atendem às exigências estabelecidas peloGoverno Federal uma vez que foram aprovados pelas equipes avaliadoras de consultores contratadospelo Programa. Portanto, a escolha da escola e dos professores está previamente limitada a umdeterminado conjunto de livros, entre os quais poderão indicar duas opções para cada disciplina.A avaliação de livros didáticos para o Ensino Médio teve início em 2004, particularmente nasdisciplinas de Matemática e Português voltado para os alunos da 1ª série, e especialmente para asRegiões Norte e Nordeste. Em 2006 ocorreu a ampliação do Programa Nacional de Livros para oEnsino Médio (PNLEM) para as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; e em 2008 foi universalizada adistribuição dos livros didáticos para todas as áreas do conhecimento e para todo o Brasil. Em 2012, oPNLEM foi incorporado ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).Apenas mais recentemente os estudos têm-se voltado a compreender esses processos por meiodos quais os professores selecionam os livros didáticos. Se ainda são poucas as pesquisas voltadas aconhecer o que os professores pensam sobre os livros, como os escolhem e o que fazem com essematerial nas aulas, mais acentuada ainda é à distância em relação aos alunos, sujeitos a quem, emprincípio, os livros se destinariam. Como as crianças e jovens avaliam os livros que usam? Quefunções os livros cumprem em seu processo de aprender? O que resulta do seu uso? Questões comoestas são pouco formuladas pela pesquisa educacional e demarcam um campo fértil para ospesquisadores que se interessam pelo tema.A partir dessas considerações iniciais, pode-se justificar a pesquisa realizada com alunos deEnsino Médio em uma escola pública de Curitiba, no primeiro semestre de 2011, cujo objetivo foiaproximar-se da avaliação que jovens alunos (14 a 17 anos) fazem sobre os livros didáticos deHistória. Neste texto, inicialmente serão apresentados as referências que apóiam as investigaçõesrealizadas no contexto do Núcleo de Pesquisa em Publicações Didáticas e alguns elementos relativosao Programa Nacional de Livros Didáticos, destacando-se aqueles que guardam maior relação com adisciplina de História. Em seguida, se apresentará a pesquisa realizada, destacando-se procedimentos eresultados obtidos.2 A PESQUISA SOBRE OS LIVROS DIDÁTICOS: REFERÊNCIAS TEÓRICO-METODOLÓGICASO olhar investigativo para os manuais escolares permite compreender a associação feita porJohansen (1996) entre os livros e o caleidoscópio: as “imagens” resultantes são derivadas de umadiversidade de combinações possíveis, a partir de elementos também diversos. Relações entre os livros59

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