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O papel dos manuais didáticos e das mídias educativasprogramas de pós-graduação no Brasil. Segundo elas, as pesquisas aparecem de forma mais abundantena Região Sudeste. A intensificação nos estudos sobre o livro didático inicia a partir de 1970, tendoem vista a difusão destes materiais nas escolas para o processo de democratização do ensino, durante oregime militar. É no mesmo período em que concepções tecnicistas da educação investem na idéia daformulação de um bom livro didático, o que dispensa a qualificação do professor, e as deficiênciasinerentes ao processo de democratização do ensino (MOREIRA e SILVA, 2011, p. 17 e 18). O livrodidático passa a receber, então, uma nova significação dentro da sociedade brasileira, a partir dademanda do governo federal. Em 1985, o PNLD (Plano Nacional do Livro Didático) surge paraintensificar a presença do livro didático em todo o país (MOREIRA e SILVA, 2011, p. 19). Aimportância da presença deste artefato na sociedade é visível através das crescentes pesquisas sobre otema a partir da década de 70, com enfoques diversos, desde a análise dos conteúdos até da industrialeditorial. Relativo ao campo da História, é nesse período em que ocorrem mudanças em seusparadigmas, juntamente com mudanças na área da Educação, o que interfere nas pesquisas sobre olivro didático de história e a renovação do ensino de História.Os primeiros livros didáticos que circularam no Brasil, no século XIX, eram editados eimpressos na Europa, com fortes influências elitistas e europeizantes, uma vez que o ensino erapensado para os grupos economicamente dominantes. Já na segunda metade do século XIX, começama surgir críticas a este modelo europeu aplicado ao livro didático, e passa ser reivindicado pelospolíticos liberais do período a produção de manuais didáticos nacionais. A partir de 1930, cresce apreocupação em produzir livros nacionais, uma vez que as redes de ensino se ampliavam, e os preçosno exterior estavam muito elevados devido à Crise de 29. O crescimento de número de livros didáticosno Brasil ocorre de forma significativa nos anos 60 em diante, em que a categoria de livro consumívelsurge, o que representa uma grande lucratividade para o mercado editorial.A História enquanto disciplina sofreu mudanças ao longo do tempo, em sua forma deintrodução no ambiente escolar, o que reflete diretamente na forma que o livro didático de históriaassume diante destas transformações. No início do século XIX ocorre a disputa entre o ensino daHistória Sagrada e a História Universal, distintas em suas temporalidades e abordagens, mas queforam aproximadas através do livro didático. Os livros de História do Brasil, ao invés dos de HistóriaGeral, eram promovidos pelo IHGB, ainda durante o Império, que procurava criar um passado para oBrasil que legitimasse o presente e suscitasse o sentimento de nação brasileira. A “história oficial”também era privilegiada, tendo o Estado como principal agente da História, priorização de grandesnomes e acontecimentos, muito marcada pela perspectiva positivista. Em 1971, é aprovada a lei quesubstitui as disciplinas de História e Geografia pelos Estudos Sociais, em que é visível - através doslivros didáticos produzidos no período - noções genéricas de ciências humanas colocadas de formasuperficial, com a forte influência ideológica do Regime Militar, de desvalorização das humanidades,e o empobrecimento do Ensino de História. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional(LDB) de 1996, os Estudos Sociais deixam de fazer parte do currículo das escolas e as disciplinas deHistória e Geografia voltam a ter seu espaço, com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Nofinal do século XX e início do XXI, especialmente nos últimos vinte e cinco anos, o que vem sendodiscutido em relação ao ensino de História é a permanência do eurocentrismo, a priorização de umahistória conservadora, dos grandes nomes e feitos, de decorar datas históricas. O reflexo das críticaspode ser encontrado nos livros didáticos de história. (MOREIRA e SILVA, 2011).As teses e dissertações localizadas pelas autoras, referentes ao livro didático, foramencontradas principalmente por meio eletrônico, através do banco de teses da Capes, e foi feito olevantamento de 43 pesquisas do Sudeste brasileiro, de 1980 até 2005, reunindo no total 66 trabalhosem todo o país. A concentração de pesquisas na região Sudeste se justifica por ser sede dos primeiroscursos superiores do país, assim como possui o maior número de editoras produtoras de livrosdidáticos no Brasil, o que influencia no interesse direcionado ao tema. O assunto é de interesse nãosomente da área da Educação e da História, mas de sete outras áreas do conhecimento, como aSociologia, Antropologia Social e Psicologia, que também possuem pesquisas a respeito do livrodidático (MOREIRA, SILVA, 2011, p. 50). Os números levantados nas pesquisas realizadas pelasautoras demonstram o crescimento no número de produções sobre os manuais didáticos da década de80 até 2005.353

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