11.07.2015 Views

t9XQX

t9XQX

t9XQX

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O papel dos manuais didáticos e das mídias educativasnatureza no presente trabalho, embora sejam fundamentais para se discutir o papel do livro didático nacultura escolar, apenas se indica as obras presentes nas referências bibliográficas para maioresaprofundamentos, em especial Apple (2001).Diante dessa complexidade do livro didático e das diferentes perspectivas sob as quais elepode ser analisado, como destacam Chopin (2004), Garcia (2009) e Chaves e Garcia (2011), cabesituar brevemente alguns elementos embasadores da pesquisa proposta.O primeiro é tomar o livro didático como integrante da cultura escolar. Entendido, pelo viés deForquim, (1993, p. 167) como o “conjunto dos conteúdos cognitivos e simbólicos que, selecionados,organizados, ‘normalizados’, ‘rotinizados’, sob o efeito dos imperativos da didatização, constituemhabitualmente o objeto de uma transmissão deliberada no contexto das escolas”. Nessa perspectiva,não se trata imaginar que a escolarização simplesmente se subordina ao conjunto descrito, ela tambéminclui um conjunto de práticas e comportamentos que permitem e permeiam a transmissão dessesconhecimentos e a assimilação desses comportamentos. Sendo assim, pesquisas na área podem buscara compreensão não somente dos conhecimentos científicos presentes no livro didático, mas, entreoutros, os usos e relações que professores e alunos fazem ou tem com ele, incluindo as formasprivilegiadas de ensinar e aprender, bem como as escolhas culturais e sociais que embasam explícitaou implicitamente as propostas presentes nos materiais didáticos.O segundo é reconhecê-lo como multifacetado em relação às ações de professores, alunos edemais sujeitos escolares. Isto é, reconhecer a existência de inúmeras faces de acordo com suainserção na cultura da escola e do valor, importância e relações que são estabelecidas entre o livrodidático e os sujeitos escolares.Embora sejam frequentes os estudos que tratem de incorreções nos conceitos científicos ouequívocos na transposição didática e no uso de determinadas estratégias de ensino (como a História daCiência) presente nos manuais didáticos, ainda são poucos os que buscam compreender o que alunos eprofessores pensam sobre os livros ou como os usam no processo de ensino-aprendizagem. Raríssimossão os casos que buscam uma compreensão por meio de métodos quantitativo que, por sua natureza,exigem uma amostra extensível a toda a população de interesse e, por isso mesmo, tem sua dificuldadeampliada para a execução de pesquisas que não contem com amplo apoio logístico e governamental.É com a audácia de preencher essa lacuna, ao menos no que se refere ao livro didático defísica no Ensino Médio, que se propôs essa iniciativa pioneira de se coletar dados e opiniões deprofessores e alunos das cinco regiões do país sobre os usos, as preferências e o papel do livro didáticono processo de ensino-aprendizagem. Parte de um projeto maior, aqui é apresentado apenas um recorteparcial da pesquisa em andamento que conta com quase 500 participantes até o momento, dos quaiscerca de 30% são professores de Ensino Médio.Sempre segundo o discurso dos próprios professores, teve-se como objetivo identificar afrequência de uso do livro didático pelos alunos em sala de aula, analisar os usos que o livro didáticoassume na sala de aula e compreender a importância do livro didático para a preparação da aula doprofessor.2 METODOLOGIAPara dar conta de tais objetivos, optou-se pelo método survey de desenho interseccional,articulado a estudos qualitativos anteriores, com os dados coletados por meio de questionáriosaplicados a 145 professores das cinco regiões do país entre novembro de 2011 e junho de 2012. Para aelaboração do questionário, tomou-se como base as variáveis levantadas nos trabalhos de Baganha eGarcia (2009), Carneiro e Santos (2005), Choppin (2004), Garcia (2009), Garcia, Garcia e Pivovar(2007), Silva e Garcia (2010) e Wuo (2002).Tal procedimento está de acordo com o proposto por Sztajn, Bonamino e Franco (2003, p. 12),que defendem que:Os grandes levantamentos, apesar de sua natureza quantitativa, não podem prescindir deestreita articulação com a pesquisa qualitativa. Parte da definição do que deve ser medido e de quaisfatores são importantes em avaliação educacional advém de conhecimento gerado a partir de estudosqualitativos.169

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!