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Desafios para a superação das desigualdades sociaisOutra interpretação possível para esta imagem é de que ela já acabou a lição, virou o cadernopara ele não copiar e está pensativa sobre o assunto – pode-se interpretar a mão no queixo como umaposição de reflexão e sabedoria. Ou seja, uma mesma imagem pode gerar múltiplas interpretações,múltiplas leituras, às vezes benéficas, outras nem tanto.Em outros momentos os meninos realizam a tarefa enquanto as meninas assistem (figura 7).Isso fica evidente em uma ilustração feita por meio de desenho, na qual dois meninos medem a sala,uma menina anota as medidas e a outra assiste passivamente o desenvolvimento da tarefa. Ainterpretação que fiz desta imagem foi a de meninos ativos, tomando a iniciativa e meninas passivas,secretariando os meninos. Entretanto, em uma oficina onde mostrei tal ilustração, um dos participantesfez uma leitura diferente. Para ele, Os meninos estavam fazendo a tarefa e as meninassupervisionando-os. Tal situação deixou evidente quequalquer estudo representa a visão do/a pesquisador/a e,assim, não pode ser generalizado.Outra ilustração mostra os meninos da classe com obraço levantado buscando participar da aula enquanto asmeninas estão quietas em seu lugar. Nesta ilustração tambémestá representada a professora, alta, esguia e bem vestida.Estas ilustrações contribuem para a construção da imagem demeninas passivas e submissas e meninos ativos e cominiciativa, imagens estas que coincidem com a imagemesperada pelas professoras entrevistadas por Carvalho (2001).Porém, em minhas classes isso nem sempre ocorria. Muitasvezes as meninas mostravam-se tão ou mais participativas que os meninos. Então, com base nestapercepção, pode-se dizer que os livros didáticos refletem parcialmente a realidade da sala de aula noque tange à participação de alunos e alunas nas aulas e nas atividades.Figuta 8: Que sala é essa?Fonte: Giovanni, 2002b, p. 135Figura 7: Quem faz o quê?Fonte: Centurion, 2003b, p. 245Cláudio, Flávia e Roberta gostam de estudar matemáticajuntos. Para resolver um exercício, eles...(DANTE, 2003a, p. 46).Em poucos casos encontrou-se relação de afeto ou decarinho entre as personagens representadas nos enunciados.Esta representação aparece no enunciado acima, no qual, estáescrito que as personagens gostam de estudar juntas e emfiguras nas quais se percebe o sorriso no rosto das criançascomo na figura 5. A pouca representação pode indicar queestas manifestações não são adequadas ao ambiente escolar,pelo menos na visão do grupo de profissionais que edita oslivros didáticos.É importante ressaltar que a maioria das ilustrações nas quais as crianças são representadas deforma estereotipada são desenhos. Nas fotos têm-se a participação equilibrada de meninos e meninasna ação. Isso leva a concluir que quando os autores e autoras se valem de fotos, que são imagens reais,mesmo que a pose seja planejada e montada, as ilustrações se aproximam da realidade escolar, pois sópoderão estar na foto quem estiver naquele ambiente, entretanto quando a ilustração é feita pordesenho, reflete a imagem que o ilustrador ou ilustradora tem da participação de meninas e meninosem sala de aula e nas tarefas, ou seja, quase sempre estereotipada.3 CONSIDERAÇÕES FINAISPode-se observar que as situações e/ou momentos de estudo e/ou aprendizagem são, namaioria das vezes, vinculados com o sistema de avaliação, mais especificamente, a prova. A maioriados enunciados e ilustrações apresenta a matemática desvinculada da realidade, da vida cotidiana. Avinculação com a prova e desvinculação com a realidade pode levar os/as alunos/as a concluírem queprecisam estudar matemática exclusivamente para tirar notas suficientes para serem aprovados/as, queesta disciplina não tem aplicação no dia-a-dia, o que não é verdade uma vez que a matemática está70

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