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Desafios para a superação das desigualdades sociaisnão desperta interesse por essa questão e ainda exprime uma certa imaturidade por não sabre lidar comessa lacuna que fica em aberto e que se repete com sua afilhada.” (OLIVEIRA, 2003, p. 155)A autora relaciona as explicações presentes na narrativa, e o desfecho com a “ninhada docoelho”, matizada com coelhos “bem branco, branco meio cinza...”, e a coelhinha pretinha da menina,com a ideologia da mestiçagem.Este conceito desconsidera a diversidade étnico-racial presente na formação do Brasil,vinculando-se assim ao “mito da democracia racial”, que na realidade, em muitos casos, ainda opera asrelações sociais em nosso país. Um dos resultados deste processo é a constituição de identidadesfragmentadas, tanto na população afrodescendente - que encontra dificuldade em se identificar com olegado africano e afro-brasileiro em seu pertencimento, pois ainda representados de formaestereotipada - quanto na população de origem europeia - que é herdeira de um processo histórico emque o racismo se apresenta como construção social e esta parcela da população se encontra num lugarde privilégios, pelo simples pertencimento racial.Portanto, ainda que buscando enfrentar a problemática da ausência de materiais para orientaros professores para uma educação para as relações étnico-raciais, pode-se avaliar hoje a inadequaçãode algumas das sugestões apresentadas e que merecem ser revistas.Críticas ExternasEssas considerações estão relacionadas com a disponibilidade, distribuição, apresentação daobra ao público alvo (docentes) e à articulação entre as diferentes secretarias e departamentos dentrodo MEC. A relevância da crítica está na qualidade presente no material analisado e na dúvida quantoao acesso a esta e outras obras, por parte dos profissionais da educação. Pode-se questionar algunsaspectos:‣ Um primeiro questionamento é referente à distribuição do material às redes de ensino:além de ser disponibilizado na página do MEC, o material foi fisicamente distribuído? Para quem, ouquais instituições? Trata-se de uma questão relevante uma vez que uma parte significativa das escolaspúblicas do país ainda não tem acesso às redes – ou tem acessos precários – o que dificulta a consultae leitura às publicações disponíveis.‣ Existiu um trabalho de apresentação do material para o público alvo (docentes)? Quaisinstituições receberam a obra? Caso as Secretarias Municipais e Estaduais de Educação tenham sidocontempladas, estes gestores repassaram a produção para as escolas?‣ O material foi elaborado pela SECAD – Secretaria de Educação ContinuadaAlfabetização e Diversidade. Em que medida a secretaria dialogou com as diferentes secretarias queconstituem o MEC? Considerando-se que o material foi pensado de forma a contemplar as diferentesmodalidades, em que medida as demais secretarias legitimaram a produção da SECAD, apresentandoa,dando visibilidade e divulgação à obra em foco?‣ Como foram tratadas as especificidades de forma a aproximar a produção realizada emâmbito acadêmico para o chão da escola, onde docentes das variadas áreas do conhecimentodemandam por material com estas características?5 RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAISApesar de dificuldades e limites presentes na obra analisada, alguns elementos podemcontribuir para o desenvolvimento da consciência histórica. A produção do material como um suporteteórico para os professores, pode ser considerada um avanço no movimento que permite a construçãode uma ponte que liga o conhecimento do passado, à novas possibilidades de compreensão dopresente.Nesta perspectiva podemos destacar as seguintes características que corresponderiam aaspectos de avanço nos debates sobre as relações étnico-raciais:‣ estimula a percepção da necessidade de conhecimento acerca de história africana,afro-brasileira e indígena, como possibilidade de reorientação da história nacional e construção de umaidentidade positiva para os povos indígenas e afrodescendentes;374

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