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O papel dos manuais didáticos e das mídias educativasabordagem destaca que a mediação docente é imprescindível para que as crianças avancem em suasdescobertas, aprendizagens, e na construção de seus saberes musicais.A sugestão de repertório é tratada, no caderno, a partir da proposta de se preparar músicas docancioneiro folclórico infantil por fazerem parte da cultura da infância e se configurarem comoconteúdo central na construção da identidade cultural das crianças. Essas músicas também levam emconta o conhecimento de alguns músicos da comunidade que dominam muito bem seus instrumentos etocam “de ouvido”, permitindo que executem as melodias a partir de suas próprias lembranças e sem anecessidade de saber ler uma partitura musical.Uma parte da publicação discute a relação entre a comunidade e a instituição de ensino querecebe suas crianças. Fortunati (2009) aponta para a importância e o significado da inserção da famílianas práticas da unidade de Educação Infantil. O autor destaca a contribuição dos familiares noenriquecimento das vivências infantis, seja compartilhando seus saberes, ou como interlocutores naconstrução dos saberes das crianças.Nessa perspectiva, o caderno destaca a importância de se valorizar os saberes da comunidade,entendendo-a como um conjunto de sujeitos dotados de experiências singulares e significativas,reveladoras de uma cultura rica, dando-lhe voz e espaço de escuta. Essa aproximação fortalece os elosde parceria ao envolver as famílias como protagonistas também nas ações pedagógicas, ao considerarseus saberes.Daniela Guimarães (2012) se fundamenta na perspectiva de Bakhtin que destaca a relaçãodialógica entre os sujeitos para abordar a relação entre as famílias e as instituições de EducaçãoInfantil. Para essa autora, existe uma inclinação por parte das instituições de ensino, em subestimar ossaberes das famílias, perspectiva que deve ser revista, uma vez que “A busca do espaço dialógico, daexplicitação dos pontos de vista diferentes, sem apagamento das singularidades, é uma perspectivapresente, sempre.”(GUIMARÃES, 2012, p. 90). Corroborando com as considerações dessa autora, apublicação a que este artigo se refere destaca os conhecimentos que a instituição de Educação Infantildificilmente poderia apresentar às crianças se não contasse com o apoio da comunidade. Assim é, porexemplo, o caso de um instrumento musical como o clarone, que foi apresentado à uma turma dematernal pelo pai de uma criança que tocava esse instrumento.Diante das diversas indagações que Guimarães (2012) formula sobre a relação entre asfamílias e as instituições de Educação Infantil, entende-se que o projeto “Músico da família ao vivo”pode trazer algumas respostas, conforme destaca o manual didático que descreve que a implementaçãodo projeto como uma proposta de aproximação com as famílias, pois todo o processo de açõesdescritas traz em seu contexto a presença da família, como sujeito ativo na construção deconhecimento e ampliação de experiências das crianças.De modo geral, as publicações que versam sobre o papel das famílias na educação formal,destacam suas contribuições ligadas a ações facilitadoras da vida escolar das crianças. Essas açõesgeralmente são a participação em reuniões pedagógicas, a mediação entre os momentos escolares e osmomentos fora da escola (família, comunidade, etc.), e mesmo as contribuições com ações concretasrealizadas na instituição (prestação de serviços, arrecadação de apoios financeiros, entre outros).Entretanto, uma característica da relação entre as famílias e as instituições de ensino que estapublicação didática destaca é o papel das famílias na ação pedagógica propriamente dita, atuando emum campo que muito raramente conta com a participação de familiares.Além de trazer orientações práticas sobre maneiras de implementar e conduzir o projeto emquestão, esta publicação didática também contempla a necessidade de versar sobre fundamentosteóricos que a sustentam. No que se refere à área de Educação Musical, foram abordadas asconcepções de François Delalande (2003), especialmente no destaque que ele dá na relação lúdica quea criança estabelece com a música desde o nascimento. É também desse autor que a publicaçãoempresta uma definição bastante abrangente de música, superando a ideia eurocêntrica de considerarapenas as formas tradicionais de fazer música, como por exemplo, o conjunto formado por melodia eacompanhamento.Keith Swanwick (2003) é referenciado em função da importância que esse autor dá ao cuidadoque o educador musical deve ter com o discurso musical, ou seja, com o próprio objeto dessa área deconhecimento. Swanwick também destaca a audição musical enquanto elemento essencial emqualquer proposta de Educação Musical.435

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