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O papel dos manuais didáticos e das mídias educativasmedicalización de la población que, partiendo del temor de las élites hacia el pueblopor considerarlo como foco de enfermedades físicas y morales, como fuente dedesorden y amenaza social, busco llevarlo hacia el bienestar; el progreso y lacivilización, es decir, busco imponerle su imagen del mundo, sus prácticas, sumodelo de vida: la urbanidad como modo de vivir. (NOGUERA, 2001, p.180)No Brasil, observamos um movimento semelhante, que teve início já no século XIX e que seprolongou pelas primeiras décadas do século XX. Diversos agentes sociais, não somente médicosparticiparam da “construção” desse projeto de um “novo” Brasil, pautado nos ideais de higiene,eugenia, civilidade e progresso.Kehl era uma das personalidades atuantes no período, cabendo destacar que fora, inclusive,um dos funcionários do Departamento Nacional de Saúde Pública, entre os anos de 1920 a 1927.Entretanto, ele acreditava que, somadas a essas intervenções públicas e políticas, a ciência eugênicatambém deveria incidir sobre a formação dos indivíduos. Com base nessa crença, ele inicia na décadade 1920 uma empreitada intensa em prol da divulgação da ciência eugênica, tornando-se um dosprimeiros médicos eugenistas a elaborar materiais didáticos sobre o assunto.Os livros direcionados às escolas primárias não levaram no título a filiação direta à ciênciaeugênica, o que não significa dizer que a ciência eugênica tenha sido colocada em suspenso nessasobras. Muito pelo contrário, podemos traçar a conexão direta entre manuais escolares de higiene eeugenia, por meio de seu autor, recordando que o nome de Renato Kehl, um nome reconhecidamenteligado às iniciativas eugênicas, encontra-se na parte superior esquerda do manual, grafada em negrito eem tom de preto, marcando assim um espaço de destaque no manual. Inscrição que, sem dúvida, estárepleta de significações e intencionalidades.Assim, neste texto procuramos analisar os discursos presentes nas entrelinhas desse manual,iniciando pela identificação do seu autor, passando pelos discursos propagados no manual, parainterrogar como tudo isso foi divulgado na imprensa do período e posteriormente legitimado pordiversas autoridades públicas, chegando a circular em alguns espaços escolares. Esse movimentopermite visualizar como o movimento eugenista se introduziu no cotidiano da sociedade, e quais asferramentas utilizadas pelos eugenistas para infiltrar-se em diversas esferas sociais. No caso da escola,como Renato Kehl, por meio da Cartilha de Higiene, tentou incutir os ideais eugênicos sob a chancelada boa saúde e da beleza corporal.REFERÊNCIASFOUCAULT, M. O Que é um autor? Lisboa: Vega/Passagens, 1992.KEHL, R. Cartilha de Higiene – Alfabeto da Saúde. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, s/d.NOGUERA, R., C. E., "Los manuales de higiene en Colombia: instrucciones para civilizar el pueblo",en OSSENBACH, G. y SOMOZA, M.: Los manuales escolares como fuente para la Historia de laEducación en América Latina, UNED, Madrid, 2001, pp. 179-192.OSSENBACH, G.; SOMOZA, M. (Ed.). Los manuales escolares como fuente para la historia de laeducación en América Latina. España: UNED Ediciones, 2001.ROCHA, Heloísa Helena Pimenta. Alfabetização, saneamento e regeneração nas iniciativas de difusãoda escola primária em São Paulo. Pro-Posições, Campinas, v. 22, n. 2, Aug. 2011. Available from.access on 16 Nov. 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73072011000200011.STEPAN, N. A Hora da Eugenia: raça, gênero e nação na América Latina. Rio de Janeiro: Fiocruz,2005.385

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