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Desafios para a superação das desigualdades sociaisModernos” retrata bem isso ou mostrar Chaplin sendo engolido pela máquina industrial e sendo levadoem torno das engrenagens “tornando-se literalmente um verdadeiro dente na engrenagem”(VICENTE, 2005).Isto revela que a princípio nos parece que não temos papel em frente as tecnologias e que asmesmas nos parecem como “caixas pretas” difíceis de compreender e distantes de nosso que fazercognitivo. Porém o processo é mais complexo do que isso quando se trata da não racionalidade emtorno das tecnologias no processo educacional. Postman (1994) coloca que “toda tecnologia tanto éum fardo como uma bênção, não é uma coisa nem outra, mas sim isto e aquilo” (POSTMAN, 1994, p.14). O que o mesmo objeta é que a tecnologia requere uma vigilância racional constante e não pode serrecebida com ingenuidade ao achar que a mesma apenas agrega processos ou mesmo desagrega, poisas mudanças propostas são altamente profundas e o conhecimento em torno das mesmas éfundamental para a conquista de uma possível mediação na prática educacional.Para exemplificar esta relação intensa e esta vigilância Postman (1994) dá o exemplo dalinguagem: “... as tecnologias radicais criam novas definições para velhos termos, e esse processoocorre sem que tenhamos consciência dele” (POSTMAN. 1994, p.17). E ainda continua: “... atecnologia se apodera imperiosamente de nossa terminologia mais importante. Ela redefine liberdade,verdade, inteligência, fato, sabedoria, memória, história – todas as palavras com que vivemos. E elanão pára para nos contar. E nós não paramos para perguntar” (IBID, p.17). As transformaçõesadvindas das relações tecnológicas são significativas e este é um ponto interessante que deve estarcontido na racionalidade em torno de sua mediação em sala de aula e até mesmo o contrário, ou seja,se uma tecnologia como os Tablets se propõe a ser radical na educação, como sua mediação levará atransformações de mesmo porte?Para isso se efetivar é preciso perceber na atuação profissional do professor que a mediação detecnologias necessita da proficiência tecnológica para que seja possível efetivar uma práxis em tornodos construtos. Caso contrário corremos o risco, como usuários-leigos, da não percepção em relação àsfuncionalidades tecnológicas e o não julgamento em relação as suas transformações, como colocadopor Vicente (2005): [...] “O mundo industrial está exportando cada vez mais suas tecnologias parapaíses não industrializados, às vezes sem pensar muito no impacto que essas tecnologias terão sobreoutras culturas – testemunha disso foi o desastre na usina química de Bhopal, na Índia” (VICENTE,2005, p.40).Revela-se então que o distanciamento da proficiência tecnológica pelo professor na condiçãode usuário-leigo relega-o a mercê das relações de poder em torno das tecnologias algo descrito porPostman (1994), e que concebo altamente danoso para a relação profissional pedagógica:[...] aqueles que cultivam a competência no uso de uma tecnologia nova tornam-se um grupode elite ao qual aqueles que não têm essa competência garantem autoridade e prestígio imerecidos, [...]aqueles que têm o controle do funcionamento de uma tecnologia particular acumulam poder e, demaneira inevitável, formam uma espécie de conspiração contra aqueles que não têm o conhecimentoespecializado, tornado disponível pela tecnologia. (POSTMAN, 1994. p.18-19)As relações de práxis e dialogicidade, traduzidas no MEF baseado na reflexão, crítica epesquisa na atuação profissional do professor não são compatível com uma relação de poder onde oconhecimento não é socializado e traduzido em atuação transformadora por todos os sujeitos doprocesso e por isso é preciso efetivar a mediação tecnológica nas relações entre educação e tecnologia.Para demonstrar como estas condições de não racionalidade e a não proficiência tecnológicapodem revelar-se na prática pedagógica demonstro apenas a incoerência que existe sobre o papel dastecnologias na prática pedagógica e sua efetiva mediação, em uma pesquisa que desenvolvi em 2009.Me aterei apenas a 3 questões que demonstram um pouco da natureza da discussão que proponho aquie corroboram para as conclusões que podemos tirar.Em uma pesquisa (Miquelin, 2009) com professores de Física (área que muitos julgam serpróxima da tecnologia), procurei investigar como os professores concebiam o papel das TIC em suaprática pedagógica. As três questões que escolhi revelam que a grande maioria dos questionados nãopossuía a proficiência tecnológica e nem obteve componentes da mesma em sua formaçãoprofissional. Porém apesar disso os mesmos acreditavam que as TIC melhorariam suas práticaseducacionais, postura que revela a ingenuidade que descrevi ao não possuir subsídios para trabalharuma práxis no sentido de mediar as TIC em sua vivência escolar.28

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