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Desafios para a superação das desigualdades sociaisse identificam pelo interesse real do educador, a vontade de ensinar e o compromisso de parceriaeducacional com o estudante.A escola e a universidade, como locais socialmente determinados para a transmissão dosconhecimentos científicos, têm seus modelos alterados à medida que deixam de apenas transmitirconhecimentos e passam a valorizar/enfatizar seu papel de humanização. É evidente que, para oexercício do ato de ensinar, é necessário que o professor detenha a compreensão do ponto de vistacientífico dos processos do conhecer, mas também a sensibilidade para desencadear esse processoconsiderando as relações entre os indivíduos, as diferenças, as inquietações típicas daqueles a quemdirige sua ação e exercendo sua criatividade frente às mais variadas situações que podem advir dasrelações entre professor e aluno.Não é possível desconsiderar da prática docente a relação que se desenvolve entre oaluno e o educador – este, transferindo parte de si ao educando, numa prática que envolve a mediaçãodo saber e também uma relação afetiva, na qual o professor não apenas ensina, mas também aprende,uma vez que dessa atividade de duplo significado transforma-se a si próprio, constantemente. Comoassevera Arroyo (2008, p.44) “esse aprendizado não se esgota em cursos de 100, 300 horas, porque éum perene recomeçar. (...) A volta à estação primeira exige domínio de artes e saberes.”As manifestações e criações artístico-culturais originárias de diferentes épocas e sociedades,todas completamente passíveis de propiciar interessantes experiências estéticas, muitas vezes nãofazem parte do cotidiano dos alunos os quais, em geral, passam a apreciá-las após a superação de umaetapa inicial de estranhamento. Ao apresentarmos esse “novo” universo aos alunos buscamos tambémo desenvolvimento de um olhar sensível para a arte e para a própria vida.Iniciado em março de 2010, esse trabalho ainda apresenta um caráter empírico. Os encontrosentre professora e alunos monitores, para estudos e planejamento da disciplina, perpassaram todas asetapas – concepção da ideia inicial, definição de objetivos, pesquisa de recursos teóricos,metodológicos e ilustrativos, organização do Plano de Ensino com previsão das diversas etapas deexecução, conscientes de que durante o processo far-se-iam necessários ajustes e/ou complementações.Assim, depois de tomada a decisão e as devidas providências de caráter burocrático, desenvolveu-senum primeiro momento, uma pesquisa com a participação da professora e dos monitores, em busca defundamentos teóricos e de produções de cunho artístico-cultural nas suas diferentes expressões, queevidenciassem concepções e métodos pedagógicos e pudessem ter seu emprego como fonte históricaou recurso didático. A proposta incluía, além das aulas, as visitas a espaços culturais existentes nacidade, para identificar relações entre produções artístico-culturais e concepções educativascorrespondentes às épocas em que foram criadas.Uma das linguagens utilizadas foi a do cinema, alternando leituras e discussões de textos quetratam da temática, assim como disponibilizando a respeito de produções fílmicas do último século(nacionais e estrangeiros). Definiu-se como objetivos, levar os alunos a discernir o cinema enquantofonte histórica ou como recurso didático para o estudo de práticas educativas, desenvolver ahabilidade/competência de se tornar capazes de observar o não explicitado das obras e desenvolveremanálises críticas quanto aos filmes que venham a assistir, em quaisquer circunstâncias. A opção poressa linguagem se fez considerando que “desde que o cinema se tornou uma arte, seus pioneirospassaram a intervir na História com filmes, documentários ou de ficção, que, desde sua origem, sobaparência de representação, doutrinavam e glorificavam.” (Ferro, 2010, p. 15). E, também, em virtudeda grande aceitação que a mesma possui entre os alunos, e de sua maior popularização, sendo possívelsua apreciação na própria casa.Com relação ao emprego da literatura, procurou-se utilizar obras de caráter biográfico, onde osautores descrevem as realidades vividas em seus percursos escolares. Um dos trabalhos desenvolvidospelos alunos tomou como referência os romances de Érico Veríssimo: “Clarissa”, publicado em 1933(acerca de uma jovem normalista de quartorze anos de idade), “Música ao longe” (1935), “Um lugarao sol” (1936) e “Saga” (1940), nos quais a personagem aparece já no exercício do ofício deprofessora. A utilização de obras de caráter ficcional como recurso para a análise da história daeducação pode contribuir para que se observe as diferentes imagens do professor constituindodiscursos e, muitas vezes, estereótipos que se estabelecem no imaginário social e que são expressospor meio da literatura.286

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