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Desafios para a superação das desigualdades sociaisanualmente, o que do ponto de vista do mercado editorial se mostra muito mais lucrativo e, do pontode vista didático e pedagógico, não se constitui em contribuição fundamentada.Com relação a conteúdos e métodos, o Edital destaca que a Educação do Campo é reconhecida“como matriz referencial para pensar o campo e seus sujeitos, como contexto gerador de conteúdos,textos, temas, atividades, propostas pedagógicas, ilustrações, e organização curricular do livrodidático”. (BRASIL, 2012, p. 9). Os movimentos sociais do campo, tomando como referênciaparticular o MST, não acreditam numa proposta pedagógica “centrada nos conteúdos”, partilham da“convicção pedagógica de que os conteúdos são instrumentos para atingir nossos objetivos, tanto osligados ao ensino quanto à capacitação. Só que isto não quer dizer que qualquer conteúdo serve. Pelocontrário, se são instrumentos, precisam ser escolhidos adequadamente”. (MST, 2005, p. 168).Nos documentos analisados não se observou elementos que negassem as propostas deEducação do Campo; pelo contrário, os documentos incorporam as discussões e apontam para anecessidade de correção de erros ocorridos com outros materiais - por exemplo, com os livros doPrograma Escola Ativa. Mas deve-se destacar que o Guia para a escolha já aponta os limites das obrasaprovadas quanto aos conteúdos de ensino.Sucintamente, dados os limites deste texto, a Coleção Girassol: saberes e fazeres do campo éapresentada como obra que procura “contextualizar as atividades e as ilustrações em situaçõesrelativas ao campo brasileiro”. Os avaliadores destacam que “O que a caracteriza a coleção como umaobra voltada para o aluno do campo são as ilustrações e os temas que contextualizam as atividades, asquais, em geral, têm como eixo norteador o cotidiano em comunidades rurais”. Também afirmam que“As identidades socioterritoriais representativas do campo são demonstradas quando a coleçãotrabalha temáticas, com formas de moradia, espaços sociais, práticas culturais por meio debrincadeiras, festas populares, hábitos alimentares e canções populares. E finalmente, informam que aproposta didática “reconhece alguns povos que vivem no campo, tais como quilombolas, índios,acampados, assentados bem como certa diversidade”Contudo, restrições ou limites foram apontados também: “questões centrais da vidacampesina, relativas a organizações sociais e luta pela terra, são pouco abordadas, bem como asrelações entre cidade e campo. A relação campo-cidade, considerando-se possibilidades de interaçãoentre campo e cidade, é feita de forma pontual”. (BRASIL, 2012, p.32). Outro limite apontado pelosavaliadores diz respeito à ausência de articulação entre as diferentes áreas do currículo – condiçãoexigida pelo edital – e também ao desequilíbrio entre as áreas, já que matemática e língua portuguesaacabam por ocupar o maior espaço.Essa crítica feita pelo próprio PNLD Campo justifica um alerta em relação ao espaço que seabre para revisitar um caminho já percorrido em propostas de Educação Rural, ao longo do século: ode minimizar justamente áreas de conhecimento ou disciplinas na quais as relações dos conteúdoscientíficos com a vida e com a experiência social e cultural dos alunos podem ser buscadas maisexplicitamente, como evidenciam estudos no campo da Educação Histórica e da Educação Ambiental,para citar apenas duas delas.A outra coleção aprovada, o Projeto Buriti, segundo o Guia, sugere como foco da coleção a“resolução de problemas” e os pontos fortes da coleção são o “trabalho com os eixos da leitura,produção escrita de textos e o ensino da escrita alfabética/ ortográfica”. Os pontos fracos, de acordocom a avaliação, são as “tentativas pontuais, nos v.1, v.4 e v.5, de incluir questões especificas daEducação do Campo nas atividades” (BRASIL, 2012, p. 36).A baixa correspondência com o objeto do Edital – livros específicos para Educação do campo– fica evidenciada pelo próprio sistema de avaliação. A ideia de que “há tentativas de adequação” emtrês dos cinco volumes cria dúvidas em relação ao atendimento da exigência fundamental neste casoespecífico, que foi expressa pelos avaliadores quando dizem que não é possível afirmar que há “umaproposta pedagógica de Educação do Campo”. A inadequação da obra leva os avaliadores a elogiar aproposta didática e a qualidade das atividades no item “Em sala de aula”, mas sugerir que nos trêsvolumes o professor substitua as atividades para ajustar às vivências e conteúdos da realidade dosalunos do campo.90

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