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Desafios para a superação das desigualdades sociaisperspectiva tradicional de ensino, e tem como função comprovar a narrativa histórica, sem haver,contudo, uma desconstrução dessa fonte ou reflexão acerca de seus componentes; no caso dasimagens, não é abordado seu aspecto de representação do real, aparecendo muitas vezes comoevidência de que aquele fato realmente ocorreu. A utilização de fontes históricas em sala de aulaauxilia a ilustração do conteúdo abordado, a construir o conhecimento histórico através da reflexãopelos alunos, constitui uma forma de compreender a realidade histórica e compará-la com outrosdocumentos para se obter uma pluralidade de perspectivas, como objeto de uma problemática eresposta para questionamentos históricos.d) Competência narrativa: para Rüsen (2010), a consciência histórica exerce sua funçãoatravés do recurso lingüístico da narração, pela sua competência específica: a competência narrativa,que é definida pela ação humana em atribuir sentido ao passado para orientação na vida práticapresente. A competência narrativa pressupõe três habilidades: forma, conteúdo e função que fornecem,respectivamente, experiência, interpretação e orientação histórica. A competência da experiência écaracterizada pela capacidade de diferenciação das experiências passada e presente; a da interpretaçãoabarca as diferentes temporalidades, construindo relações entre as interpretações do passado, paracompreender o presente e criar expectativas em relação ao futuro. A competência de orientação, porsua vez, está relacionada à orientação temporal aplicada à vida prática do indivíduo.e) Narrativa Histórica: Rüsen define narrativa histórica como forma de produção da Históriaou histórias utilizando recursos poéticos e lingüísticos. Constitui a produção de sentido para aexperiência temporal com o intuito de criar orientação no tempo. O que diferencia a narrativa históricade outras narrativas é sua relação com a memória, continuidade entre as temporalidades, e a geraçãode identidade dos indivíduos ao situar-lhes em seu tempo em relação aos diferentes períodos. São estaspeculiaridades da narrativa histórica que permitem a orientação da vida prática no tempo,característica essa essencial para os indivíduos se localizarem temporalmente.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO3.1 Análise do LIVRO B3.1.1 TextosNa análise do primeiro capítulo do livro B, percebe-se na sua abordagem temáticas presentes ea ampla presença de mapas a formação das autoras na área de Geografia. Ao longo do capítuloobserva-se uma grande presença de textos narrativo-literários, assim como poemas relacionados aotema abordado para explicar as questões. São colocadas questões acerca dos textos literáriosapresentados sem, contudo, haver explicações ou indagações sobre a autoria destes textos e o fato derepresentarem uma perspectiva sobre o assunto, e não uma explicação verdadeira e única do tema. Hátambém o caso da utilização de textos literários que, pela falta de análise do mesmo, acaba tornando-seconfuso para o leitor, principalmente se levar em conta o público para qual o livro é destinado - alunosde quinto ano do Ensino Fundamental. Isto ocorre ao apresentar o texto “Brasil: Terra à Vista”, doescritor Eduardo Bueno, que em uma narrativa literária descreve como seria um possível relato escritode um indígena ao avistar as embarcações portuguesas chegando à costa brasileira. Não há, entretanto,questionamentos que trabalhem o texto e analisem-no enquanto criação literária, e as possibilidadesexistentes na produção artística que pode utilizar-se de elementos históricos, sem ser precisohistoriograficamente e de acordo com a documentação histórica. Essa questão se soma ao fato de que,para o público infantil, tudo o que é apresentado no livro didático é uma verdade (CAINELLI eOLIVEIRA, 2012), acentuando o risco de gerar dúvida e conclusões errôneas por parte dos alunos.Em relação aos textos historiográficos ou adaptados de outros manuais didáticos utilizados nocapítulo, não são abordados aspectos que contribuam para o conhecimento histórico ou para ainvestigação mais aprofundada do texto enquanto um ponto de vista questionável e que incita areflexão Exemplifica-se com a página 19, em que o texto intitulado “A magia das especiarias”,adaptado de Janaína Amado e Luiz Carlos Figueiredo, fala das especiarias e do importante papel queexerceram ao longo da História, em suas múltiplas funções e uso, e levaram países a percorrer longasdistâncias para obtê-las,, seguida de um quadro explicativo das funções medicinais de cada uma dasespeciarias. As questões colocadas no livro, no entanto, não levam à análise do texto ou à reflexão356

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