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O papel dos manuais didáticos e das mídias educativasAfirmam que a análise sobre os aparelhos de TV, presentes na vida e nas culturas dos alunos,exerce influência como cultura de massa, formando opiniões, com programações tambémhomogeneizantes e que não contribuem com os conhecimentos e a formação interpretativa, valorativae crítica dos alunos.Numa das aulas observadas, de Artes, a professora C.R. passou um desenho animado japonêsna TV pendrive, “A viagem de Shihiro”, com elementos próprios da cultura japonesa. Este tipo deatividade identifica uma preocupação de levar aos alunos uma cultura diferente da propagada pelamídia televisiva, buscando instigar os alunos a questionar, comparar e respeitar outros povos epensamentos. Observa-se, no entanto que ainda são poucas as iniciativas na escola em geral nestaperspectiva. Há necessidade de interlocução e de busca da implementação de atividades pedagógicasque oportunizem uma visão mais esclarecida dos alunos sobre as programações televisivas.A professora A.C., bióloga, tem uma particular preocupação com o uso de novas tecnologiasem suas aulas e sua formação está toda voltada para este tema. Iniciou até a construção de um blogcom uma turma do sexto ano, que ainda está sendo inserido no cotidiano dos discentes. Mesmo comtoda a inclinação para as novas tecnologias, a professora acredita que os poucos recursos na escolapública, além de serem ultrapassados são de baixa qualidade. Ela afirma que os computadores dolaboratório de informática da escola possuem o mínimo de memória e a Internet está sempre sofrendointerrupções, além de que muitos sites, com potenciais pedagógicos, têm acesso proibido ou são muitolentos e pesados para aquelas máquinas.Ao participar de uma das aulas no laboratório, como pesquisadora, observou-se que aprofessora utilizou o data show, conectado em seu computador e a Internet de uso pessoal, para queuma turma do sexto ano, tivesse acesso a um site de astronomia, com imagens em movimento. Osalunos mostraram-se interessados, mas estavam todos mal acomodados, inclusive a professora. Nãohavia cadeiras para todos, alguns sentaram no chão ou ficaram em pé. As propostas de aulas dentrodesse laboratório, também ficam prejudicadas por estar locado em uma sala muito pequena e nãoagrupar adequadamente uma turma inteira, o que recoloca a necessidade da busca de novas lógicas detempo e espaço na escola.O professor G. M., formado em Filosofia, não acredita no potencial da televisão aberta paraauxiliar na elaboração de suas aulas. Acredita que só vem prejudicando o potencial de raciocínio dosestudantes, tornando-os menos criativos e com baixa produção intelectual. Prefere elaborar suas aulasa partir de textos de cunho acadêmico e o uso de documentários bem fundamentados. Sua grandepreocupação é despertar o senso crítico dos estudantes, que ele acredita estar cada vez mais deficitário,devido a cultura hedonista em que vivemos, onde tudo deve “gerar prazer”. De acordo com as palavrasde G, “aprender dói, exige renúncia”.Para Green e Bigun (2008), no entanto, crianças e jovens da sociedade atual, na escola,sentem-se como “alienígenas na sala de aula”, que não têm ou sentem em boa parte dos professores, acorrespondência a suas expectativas, novos interesses e domínio de processos de comunicação.5 O DESCOMPASSO ENTRE AS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS E A ESCOLANa atualidade há um movimento cada vez maior de deslocamento dos interesses de crianças ejovens da escola, para a mídia eletrônica de massa, cujos processos implicam diretamente na (re)produção de identidades e formas culturais de ser, se relacionar e conhecer, provocando a perda decondições da escola ao buscar a construção dessas identidades, e influindo na sua função social comopropiciadora de aquisição de conhecimentos. Esse fator torna fundamental o repensar da relação entrecurrículo, papel docente e escolarização, considerando perspectivas teóricas mais amplas, querelacionem os processos pedagógicos aos processos que ocorrem no mundo exterior (GIROUX, 1999).Conscientes desse deslocamento, os professores entrevistados, buscam em suas práticas levarinformações exteriores aos livros e textos acadêmicos, e utilizam de forma frequente as informaçõestransmitidas pela mídia televisiva para exemplificar, introduzir e trabalhar os conteúdos escolares. Noentanto, de acordo com o professor L.C. “pelo volume de tempo que as crianças passam na frente daTV é muito pouco o retorno pedagógico...; a programação da TV poderia ser muito mais rica nestesentido”.263

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