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Desafios para a superação das desigualdades sociaisque levem à análise e interpretação das fontes; são propostas apenas questões que podem serrespondidas copiando um trecho do texto da fonte como resposta, deixando de haver reflexão por partedo aluno, que deve apenas fazer uma cópia do documento.Quando as autoras abordam o contato dos portugueses, em 1500, com os índios tupiniquinsque habitavam a atual região de Porto Seguro, apresentam uma ilustração de Oscar Pereira da Silva, de1922, sobre o desembarque dos europeus no novo continente; e mais uma vez, não há qualquerencaminhamento à observação e interpretação da imagem, ou explicações a respeito da diferençatemporal entre o acontecimento e a obra artística, da perspectiva do autor em relação ao fato, que nãocorresponde à verdade, mas é uma possível interpretação da mesma.3.1.3 Há narrativas históricas? Como as autoras mostram o que é narrar (na história)?Conforme pôde ser observado pela análise do primeiro capítulo do livro didático de Simielli eCharlier, as autoras ao trabalharem com uma forma de escrita dividida em itens, em que os assuntossão expostos em curtos parágrafos fragmentados, que por sua brevidade na explicação acabam pordeixar de abordar importantes elementos que constituíram o conhecimento histórico, assim como nãopossui uma continuidade - passam por temas diversos de um tópico para o outro, sem que haja umelemento conectivo entre eles; tornam o texto por vezes confuso, difícil de fazer relação entre astemporalidades, qualidade indispensável à narrativa histórica. Por ser organizado de forma a conterpequenas informações subdivididas e curiosidades, a narrativa das autoras não configura uma narrativahistórica, mas dados históricos, ilustrados por documentos que em sua maioria não são trabalhados eindagados para a produção do conhecimento histórico. A desvantagem neste tipo de abordagem dahistória está nos objetivos da narrativa histórica que não podem ser atingidos sem a sua elaboração ecorreta utilização das fontes. O sentido que poderia ser atribuído à experiência passada, através de suainterpretação, assim como a compreensão da realidade presente e orientação para a vida prática,expectativas em relação ao futuro, deixam de ser construídos. Os elementos do livro passam aconstituir apenas algumas informações, datas e nomes que para o aluno não fazem sentido e nãopossuem utilidade, se não podem utilizá-los em sua vida cotidiana e no entendimento que fazem desua realidade e das diferentes temporalidades.3.2 Análise do LIVRO A3.2.1 TextosNo primeiro capítulo do livro didático editado por Cesar da Costa Junior, que constitui umaobra coletiva, o texto é organizado em forma de uma narrativa didatizada, deixando as palavras-chaveem destaque para que sejam localizadas rapidamente; um glossário as define, supondo que são termosnovos para os alunos, e que são importantes para a compreensão do contexto estudado. Divide o textoem diferentes categorias referentes ao tema, como organização, ocupação e cultura do Brasil Colônia,que se subdividem em itens como economia e administração colonial. Também faz uso de esquemasque facilitam a compreensão do tema e resumem as relações históricas através de setas, por exemplo,que simplificam as relações entre colônia e metrópole portuguesa. Nesse sentido, o livrocorresponderia, em tese, aos requisitos que caracterizam um bom livro didático conforme proposto porRüsen (2010), pois possui um formato claro e estrutura didatizada, o que facilita a localização detemas no livro e seu uso.No item chamado “Ampliação” o autor explora mais detalhadamente um assunto abordadoanteriormente, neste caso é a Fortaleza de São José de Macapá, construída pelos portugueses no séculoXVIII para evitar ataques externos. Seguido a esta apresentação, contendo fotografias da Fortalezaatualmente e do texto explicativo do autor, são propostas atividades que, no entanto, podem serrespondidas sem grande reflexão sobre o tema, simplesmente com a cópia de trechos do texto do autorque respondem às questões. Em uma parte do capítulo intitulada “Para ler e escrever melhor” o autorescreve acerca da destruição da Mata Atlântica, dos efeitos que a exploração do pau-brasil e amineração tiveram neste processo, e as implicações deste dano para as pessoas. É interessante oparalelo que o autor faz com questões atuais, de preservação ambiental e consciência ecológica, noentanto, não é explicado ao longo do texto ou trabalhado nas questões que não existia essapreocupação em preservar o meio ambiente no período analisado, e o interesse que os colonizadorespossuíam em seus domínios coloniais que visava a exploração extensiva para obtenção de lucro. Asatividades sobre o texto não chegam a levantar questionamentos acerca do período histórico analisado,358

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