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Desafios para a superação das desigualdades sociaisNAS ENTRELINHAS DE UM MANUALESCOLAR: CARTILHA DE HIGIENE –ALFABETODA SAÚDE 104 (1936)BETWEEN THE LINES OF A SCHOOLBOOK: CARTILHA DE HIGIENE – ALFABETO DASAÚDE (1936)Carolina Toshie KinoshitaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAScarolkino@gmail.comHeloísa Helena Pimenta RochaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASheloisah@unicamp.brRESUMO: Esta comunicação versará sobre a produção e circulação do manual escolar Cartilha deHigiene – Alfabeto da Saúde, de autoria de Renato Kehl, publicado em 1936. Para tanto, foiempreendida uma vasta revisão bibliográfica sobre a temática, além da seleção de outras fontes para aanálise: contratos firmados entre a editora e o autor, correspondências, resenhas e anúncios do manualescolar nos jornais e nos periódicos especializados. Todos estes documentos foram localizados noFundo Renato Kehl, vinculado à FioCruz, e também no Núcleo de Pesquisa sobre Livro e HistóriaEditorial no Brasil – LIHED, ligado à Universidade Federal Fluminense.No dia 07 de janeiro de 1936,o médico Renato Ferraz Kehl e o ilustrador Francisco Acquarone assinaram o contrato com a editora,Livraria Francisco Alves, para a publicação e comercialização da Cartilha de Higiene –Alfabeto deSaúde. Já em meados do mês de julho do mesmo ano, esse manual ganhou as páginas de diversosjornais do período, dentre eles o jornal Diário Carioca (17/07/1936), que publica as seguintes palavras:“é um livro para qual se pode augurar sem receio, um esplêndido sucesso”; e em periódicosespecializados como O Farmacêutico Brasileiro (s/d), que afirma: “em vistas do aspecto atraente da‘Cartilha de Higiene’ é certa a sua adoção nas escolas públicas e particulares de todo país”.Autoridades do campo da saúde dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraíba,também teceriam pareceres favoráveis à publicação do manual e aos esforços do farmacêutico emédico dr. Kehl, na cruzada em prol da instrução da higiene no ensino primário. Em 1939, a Cartilhade Higiene recebeu a aprovação da Secretaria Geral de Educação e Cultura, passando a ser adotadapelas escolas do Rio de Janeiro.Renato Kehl (1889-1974), autor da obra, era reconhecido no períodocomo um dos maiores propagandistas da ciência eugênica no país. Suas ideias foram legitimadas pelocírculo social composto por agentes como: Belisário Penna, reconhecido pela defesa em prol dosaneamento do país; o escritor Monteiro Lobato, que lhe conferiu o título de “Pai da Eugenia noBrasil”; entre outros intelectuais, médicos e políticos de grande visibilidade no período. Este círculosocial contribuiu também para divulgação e legitimação dos seus trabalhos, entre os quais se destaca aCartilha de Higiene. O manual selecionado para esta comunicação traz indicativos sobre as práticaseducacionais voltadas para o ensino da higiene e conformação de hábitos sociais, mas também nosconvida a percorrer a história do Brasil entre décadas de 1920 e 1930, por meio das marcas impressasem suas entrelinhas. Tomando-o não só como objeto de pesquisa, mas também como fonte paracompreender o contexto social de sua própria produção e circulação, pode-se conhecer os agentesenvolvidos nessa rede social, assim como os movimentos de reforma e expansão das escolas,crescimento do mercado de livros didáticos e até a efervescência dos movimentos sociais calcadosprincipalmente nos ideários da higiene, do saneamento e da eugenia, que tanto estimularam apublicação dos manuais escolares de higiene.Palavras-chave: manuais escolares; História da Educação; eugenia.104 Este texto apresenta uma parte dos resultados da pesquisa de mestrado Um D. Quixote scientifico a pregar para umalegião de panças: Os manuais de higiene à sombra da Eugenia (1923-1936), desenvolvida no âmbito do Programa da Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, sob a orientação da Profa. Dra. Heloísa HelenaPimenta Rocha, com financiamento da FAPESP.378

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