12.07.2015 Views

Relatório Azul 2011 - Assembléia Legislativa

Relatório Azul 2011 - Assembléia Legislativa

Relatório Azul 2011 - Assembléia Legislativa

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PARTE II - MEMÓRIA DOS DIREITOS HUMANOSsujeito e na sociedade uma espécie de instinto violento que tende a reproduzi-lae até perpetuá-la. A potência mimética naturaliza a violência como um ato denormalidade. A normalização inerente à potência mimética torna a violência algonatural. A violência gera violência, desencadeia a violência como atitude normalde reação e hábito de conduta. O resultado dessa espiral é a normalização da violência.Nessa condição ela pode ser praticada como se fosse um comportamentonatural à escala social, institucional, e até ser exaltada como valor social.A mimese, por definição, produz um impulso que tende a imitar um comportamentocomo se fosse algo natural 115 . A mimese naturaliza o comportamento,neste caso violento, e o reproduz de forma inconsciente como algo normal. Amimese normaliza a violência tornando-a um componente normal da vida socialou uma tática natural para o governo institucional. A potência mimética produza violência e a reproduz de forma natural. A mimese naturaliza a violência,outorgando-a uma aparência de naturalidade, ocultando desse modo sua gênesehistórica. A naturalização da violência confere-lhe uma espécie de transcendentalidadecom uma aparência de fatalidade inevitável. Nos bastidores da presumidanaturalidade da violência age um dispositivo mimético. Nas tramas ocultas danormalização da violência opera a mimese como potência auto-reprodutora. Se aviolência fosse uma mera estratégia racional dos sujeitos ou das instituições, seriarelativamente fácil neutralizar seus efeitos incentivando novos discursos racionaiscontrários a ela. Os discursos formais contra a violência, assim como as declaraçõesinstitucionais, se desmancham no ar quando confrontadas com a potênciamimética de uma violência que se reproduz nos porões inacessíveis das estruturassociais e das consciências dos sujeitos. A mimese, ao naturalizar a violência,a legitima como uma estratégia inevitável de governo. Se quisermos neutralizaro potencial destrutivo de qualquer violência teremos que alcançar essa potênciamimética que a naturaliza ao ponto de normalizá-la no comportamento habituale na estratégia institucional.5.4.3 A potência mimética da violência opera sobre todos que a contatam.Ela os contamina de modo a torná-los naturalmente violentos. Todos os que deuma ou de outra forma são tocados pela violência tendem a reproduzi-la como114mesma: “O dom de ser semelhante, do qual dispomos, nada mais é que um fraco resíduo da violentacompulsão, a que estava sujeito o homem, de tornar-se semelhante e de agir segundo a lei da semelhança”.BENJAMIN, Walter. Op. Cit. P. 113115 GEBAUER, G.; WULF, C. Mimese na Cultura. São Paulo, Annablume, 2004.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!