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Relatório Azul 2011 - Assembléia Legislativa

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cursos florestais mais abundantes. Contudo, na atualidade a maioria deles vive emaldeamentos ou em periferias urbanas. Tommasino (2000) afirma que o processode atração e de “pacificação” dos Kaingang teve por base as promessas de bem-estare proteção, frente a um processo colonial em franca expansão. Além disso, eramoferecidos aos índios, para convencê-los a habitar somente os aldeamentos estabelecidosoficialmente, produtos que eles desconheciam: roupas, cobertores, miçangas,espelhos, instrumentos de ferro como machado, faca, serrote, objetos que os deixaramimpressionados. A pesquisadora afirma que durante mais de um século os Kaingangreceberam esses “presentes” e acreditaram que os chefes brancos fossem generosos,tal como preconiza o modelo de chefia indígena. “É importante enfatizar a eficáciadessa estratégia – a distribuição de presentes e promessa de proteção – porque nacultura Kaingang a generosidade é o valor mais elevado e era esta qualidade queconferia prestígio político aos caciques ou Pai-bang” (TOMMASINO, 1998, p. 68).Na atualidade, uma das alternativas econômicas para os Kaingang tem sidoa produção do artesanato para comercialização em feiras, em praças, e outros espaçosalternativos nas cidades em que habitam.PARTE III - SOCIEDADE DE DIREITOS HUMANOS28814.3.3 O Povo CharruaAntes da colonização os Charrua eram milhares e habitavam a região pampeana,que compreendia parte do estado do Rio Grande do Sul e também da Argentina eUruguai. Após o contato com os exploradores espanhóis e portugueses (que chegaramao território Charrua através do Rio da Prata, em 1513), o que se sucedeu foi umgrande extermínio. Referindo-se aos Charrua e Minuano da antiga Banda Orientaldo Uruguai, Ítala Becker (1982, p. 93) escreve: “os colonizadores tornam-se cada vezmais donos dos animais e das terras, em pouco tempo, deixam os indígenas quase semnenhum espaço para continuarem sobrevivendo e tendo suas vidas independentes”.A mesma autora observa que, com relação à terra, entre os Charrua, parecianão haver uma delimitação individual e sim um usufruto coletivo do espaço ocupadopelo grupo. A tradição de uso coletivo dos recursos tornava desnecessária aapropriação e delimitação da terra por família ou núcleo familiar extenso. Assim,a prática da propriedade privada era totalmente estranha a este grupo, tal comoaos demais povos ameríndios.O povo Charrua foi particularmente vitimado pelas guerras e massacres, eos homens eram os alvos principais. Becker (1982) afirma, neste sentido, que em

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