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Relatório Azul 2011 - Assembléia Legislativa

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e outros ver e entender os paradigmas que foram como que impressos em seuhorizonte de análise; mas há inúmeros outros paradigmas existentes. Na verdade,há tantos quantos forem as etnias humanamente concretizadas.A etnia dá ao ser humano uma diferença de ser e no ser. O Humano quehabita numa e noutra etnia é diferente. Então não há uma definição conclusa deser humano. “O que é o ser humano?” Esta definição vai depender de que lugarétnico estamos analisando; que elementos, que pressupostos, que logicidade étnicao interlocutor se utiliza para conceituar.15.4 GUETIZAÇÃO DA NEGRITUDEAinda seria interessante de se refletir, neste pequeno ensaio, sobre uma dasconsequências práticas que, para dentro do próprio Movimento Negro, o víciode vislumbrar o mundo uniformemente causou. Ao denominar vício quero frisarque a visão unilateralmente esteriotipada sobre a Humanidade é característica demuitas experiências culturais, inclusive a do povo negro em muitos momentos.Chamarei a este movimento viciante de Guetização da Negritude.Guetização é quando o negro assume o espaço – concedido – para falarsobre negro e suas questões. Este ritual – permitido – faz com que se reforce ou,no mínimo, se apreenda a ideia de que é o negro, quase que exclusivamente, quedeve falar sobre negritude. Ele ocupa as tribunas, no tempo que lhe é devido –previamente estipulado – fala somente sobre as suas coisas e, depois, volta para oseu lugar. Mas, o que são as suas coisas? A estrutura político-social viciou-se dessaGuetização e o Movimento Negro, em muitos momentos, reproduz esta estrutura.Coisas de negro não são também as coisas da humanidade ou das Humanidades?Versar sobre todo o tempo e todo o espaço não deveria ser coisa de negro também?Guetização é o negro ocupar o espaço, a partir de normas preconcebidas,por um determinado tempo. A Guetização, assim como o “Branqueamento”, éeficaz e aprisionou a cabeça de negros e não negros no decorrer de nossa História.Pensemos: se o negro ocupa o espaço por um tempo e, depois, volta “ao seulugar”... o espaço ocupado, então, é de outrem – que lhe cedeu, por bondade oupor pressão... tanto faz! Mesmo com a tomada de espaços pelo negro por justapressão, se suporá e se ratificará, com a sua subsequente desocupação, que o espaço/tempotinha um dono – e que não era um espaço negro. O espaço ocupadopelo negro tem se dado nas intermitências, nas lacunas.15 - HUMANIDADES ÉTNICAS: “SOMOS IGUAIS, POIS RADICALMENTE DIFERENTES” - Pedro F. da Silva Filho315

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