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Relatório Azul 2011 - Assembléia Legislativa

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significativo se evidencia na generalização dos salários precários e na insegurançasocial, transformada em motor privilegiado da atividade econômica.A natureza paradoxal da sociedade industrial moderna, de cujo progressoregressivo nos falavam Adorno e Horkheimer em 1945 207 , se apoia na universalidadede um modelo de produção que, ao ser colocado como centro das relaçõesde produção, tem na fábrica e nas relações de produção que dela decorrem alógica dominante.Todavia, esse desenvolvimento que emerge do imaginário do mundo dotrabalho, tendo a fábrica moderna e automatizada como espaço privilegiado paraque o progresso aconteça na vida das pessoas, é de um particularismo enganador.Com efeito, a palavra qualificação é enganadora: reúne sobre um único rótulodois níveis de compreensão, cuja gênese lógica e motivação são completamentediferentes.O primeiro aponta e situa sobre uma mesma escala de valores o conjuntadas ações que são mais significativas naquilo que diz respeito à construção do“mundo da vida” das pessoas; o segundo pulveriza a unidade do gênero humano.O primeiro converte toda diferença em inferioridade; o segundo afirma o caráterabsoluto e intransponível das diferenças.O primeiro classifica, o segundo separa. Para o primeiro não se pode serhomem, pois não existe entre o iraquianos, afegãos e/ou iranianos e o americanomedida humana comum. O primeiro declara que o mundo moderno e civilizadoé uno; o segundo que as diferenças são múltiplas e incomparáveis, evidenciandoo caráter relativo e transitório dos traços, que há pouco pensávamos estar entreos dados constitutivos (e eternos) da humanidade.É preciso ter presente que os matizes acima descritos podem ser ainda maisúteis se tivermos presente o “politicamente correto” das academias. As diferenças,o outro encontrado nas pesquisas, resultam de posições teóricas que (nem sempretêm por pressuposto a possibilidade de um curto-circuito conceitual, dada a suapretensão de verdade) desarmam o pensamento ao oferecer leituras de realidadeesquemáticas, quando não prescritivas.Nesse sentido, a naturalização dos esquemas do pensamento econômico,cuja dominação (neo, pós-liberal) se impõe a vinte anos graças a um modelo derelações sociais e de práticas culturais capitalistas, não tem nada a ver com pau-10 - SEM TRABALHO E SEM DIREITOS: A MODERNIDADE GAÚCHA - P. P. Albuquerque, G. L. Anjos e V. Morigi207 T. W. Adorno, M. Horkheimer, La Dialectique de la raison, Paris: Gallimard, 1974, e T. W.Adorno. Minima Moralia, Paris: Payot, 1983, p.134.225

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