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Relatório Azul 2011 - Assembléia Legislativa

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precisa também trabalhar a superação dos níveis de consciência ingênua, buscandoatingir a leitura crítica de mundo.A tese freireana de que a leitura de mundo antecede a leitura da palavra traduzbem o desafio de problematizar a condição da existência humana, pois, sempreestamos situados em um determinado contexto sociocultural, que nos condicionae nos limita em termos de leitura da realidade; dando origem, assim, aos nossospré-conceitos, ou as leituras equivocadas de mundo. A educação humanizadoraprecisa problematizar essa conjuntura. É seu papel desenvolver um processo deconscientização, como denomina Freire (1980), visando superar os níveis da ingenuidade,das visões equivocadas e preconceituosas que fomos constituindo emnossa história e trajetória de vida.Entretanto, o processo de conscientização, ou de educação crítico-dialógica éum desafio continuado e que requer a inserção coletiva, para atingirmos o nívelda consciência crítica. Não diz respeito apenas às vontades individuais, pois, isoladamente,nos perdemos na ingenuidade, mas, coletivamente, há um trabalhoárduo e persistente, numa perspectiva mobilizadora de vontades contíguas. Nessaperspectiva, o termômetro do processo de conscientização é a esfera da política eda ética na vida em sociedade. Sobre esta temática, nos remetemos ao próximoponto de nossa reflexão.12.3.3 Implicações políticas e éticas da educaçãohumanizadoraPaulo Freire é reconhecido como um pensador que sempre defendeu a perspectivahistórica na construção de um projeto de sociedade protagonizado pelasclasses populares. Entretanto, tal projeto social é uma utopia a nos inspirar nofuturo, pois ainda estamos muito distante da concretização de uma democraciaradical, onde o poder seja distribuído de forma equitativa, onde o povo realmenteconsiga exercer a sua “vontade geral”, como defendia Rousseau.No atual contexto das sociedades contemporâneas, sob um mundo cada vezmais complexo e marcado pela interdependência político-econômica e cultura,a luta pela democracia real (não apenas de estado de direito) se tornou inadiávelpara nós que defendemos uma vida digna para todos. A democracia cognitiva,ou seja, o acesso a uma educação permanente de qualidade é essencial na luta poruma cultura de respeito aos direitos humanos. No atual contexto não é possível12 - EDUCAÇÃO, DHs E SOCIEDADE: PERSPECTIVAS CONTEMPORÂNEAS - J. Zitkoski, S. Trombetta e N. Franchi259

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