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Relatório Azul 2011 - Assembléia Legislativa

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humanos é fundamental para resgatar a reflexão de Adorno em seu texto Educaçãoapós Auschwitz (1965), onde o autor explicita que o objetivo da educação é lutarcontra a barbárie; nossa civilização produz violência e barbárie. Para a educação,a exigência de que Auschwitz não se repita é a primeira de todas, isto é, qualquerdebate acerca das metas educacionais carece de significado e importância frentea essa finalidade, pois ela é a barbárie contra a qual se dirige toda a educação. Ocentro de toda educação deveria ser: que Auschwitz não se repita. Entretanto,para que esse episódio não se repita é necessário desenvolver o espírito crítico, areflexão e a autonomia para um pensar alicerçado na sensibilidade e na ética. Énecessário que nos tornemos responsáveis uns pelos outros, superando as indiferençase a insensibilidade.Se as pessoas não tivessem sido profundamente indiferentes ao que acontececom todas as outras, exceto com que as que se mantêm vínculos estreitos e, possivelmente,por intermédio de alguns interesses concretos, Auschwitz não teriasido possível. As pessoas não o teriam aceitado.Enfim, pensar a educação em direitos humanos implica partir da situaçãoépica de um mundo onde, só no século XX, mais de duzentos milhões de pessoasforam massacradas em guerras, revoluções e conflitos políticos, religiosos e étnicos,sem levar em consideração as vítimas da violência diária de nossas cidades. Issosignifica dizer que a violência se tornou um fato comum em nossas vidas; mais doque isso, criou-se um contexto de violência generalizada, cotidiana e instrumentalizadaem nível local, nacional e internacional (OLIVEIRA, 2010). Igualmente,podemos dizer que estamos diante da globalização da violência, onde o arbítrioe o poder substituem o direito nas relações entre as pessoas e os povos, marcadospelo egoísmo individual e grupal crescente, pela criminalidade organizada, pelocomércio de armas, drogas e seres humanos, pelo terrorismo internacional e peladestruição do meio ambiente.12 - EDUCAÇÃO, DHs E SOCIEDADE: PERSPECTIVAS CONTEMPORÂNEAS - J. Zitkoski, S. Trombetta e N. Franchi12.2 DA CRISE DAS UTOPIAS À ESPERANÇA NA EDUCAÇÃOPARA OS DIREITOS HUMANOSAlém da barbárie e da violência, herdamos do século XX, o niilismo, quehoje penetra todas as dimensões da cultura e, também, do vazio. Estamos cadavez mais indiferentes aos projetos coletivos; o futuro já não entusiasma ninguém;ninguém mais acredita nos amanhãs radiosos da revolução e do progresso; ne-249

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