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Relatório Azul 2011 - Assembléia Legislativa

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Como os direitos humanos integram direitos e valores universais, nenhuma pessoapode ser excluída desse respeito, e toda exclusão social é negação do humano(DALLARI, 2000).Para pensarmos o tema da educação em direitos humanos, precisamos ter umpanorama sucinto do atual momento da civilização em seu estágio planetário ouna era da globalização. O século XX foi o mais violento da história; para algunsautores foi um tempo de massacres e guerras. Nos anais da história, ele merecerá,com justiça, o grande prêmio do horror. Procuraríamos em vão: nenhuma épocaviu tantos crimes se perpetrarem em escala planetária. Crimes em massa, organizadosracionalmente e a sangue-frio. Crimes originados por uma insondávelperversão do pensamento – perversão cujo símbolo será, para sempre, o nome deAuschwitz (DELACAMPAGNE, 1997).Este foi sem dúvida o século mais assassino de que temos registro, tantoem escala de frequência quanto de extensão. Visto que este século nos ensinou econtinua a ensinar que os seres humanos podem aprender a viver nas condiçõesmais brutalizadas e teoricamente intoleráveis, não é fácil apreender a extensão doregresso, por desgraça cada vez mais rápida, ao que nossos ancestrais do séculoXIX teriam chamado: padrões de barbárie. (HOBSBAWM, 1997).Analisando a história recente percebemos que nenhum século conheceumanifestações de barbárie tão extensas, tão massivas e tão sistemáticas quanto oséculo XX. Muitos autores constataram que a barbárie é engendrada no próprioseio da civilização e é parte integrante desta. De certo modo, o que chamamos demodernidade, ou mesmo o progresso, se confunde com a barbárie. O progressotécnico e industrial, com sua racionalidade burocrática, pôde ser portador de catástrofessem precedentes. Assim, há uma contradição em nossa civilização. O quechamamos progresso carrega a semente da barbárie. A racionalidade instrumentaltem forte tendência a se transformar em loucura assassina. O século que acaba determinar foi um dos mais brutais e sangrentos da história humana. O canto dasereia dos avanços tecnológicos e científicos não fez mais do que nos lembrar aprofundidade de uma barbárie que não parece disposta a nos abandonar tão cedo(GENTILE; ALENCAR, 2001).No texto de Bauman, Modernidade e Holocausto (1998), o autor faz umadensa e profunda análise da modernidade como sendo um fenômeno perpassadopela barbárie. O Holocausto nasceu e foi executado em nossa sociedade modernae racional, em nosso alto estágio de civilização e no auge do desenvolvimentocultural humano e, por essa razão, é um problema dessa civilização e cultura.12 - EDUCAÇÃO, DHs E SOCIEDADE: PERSPECTIVAS CONTEMPORÂNEAS - J. Zitkoski, S. Trombetta e N. Franchi247

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