14.04.2017 Views

Manual de Direito Civil - Flávio Tartuce - 7ª Ed. - 2017

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

operando-se mesmo que uma <strong>de</strong>las não queira a extinção das dívidas, pois envolve a or<strong>de</strong>m pública.<br />

obrigacional,<br />

que ocorra a compensação legal, são necessários os seguintes requisitos: reciprocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> débitos; liqui<strong>de</strong>z das<br />

Para<br />

que <strong>de</strong>vem ser certas quanto à existência e <strong>de</strong>terminadas quanto ao objeto e valor; exigibilida<strong>de</strong> atual das<br />

dívidas,<br />

estando estas vencidas; e fungibilida<strong>de</strong> dos débitos, havendo i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> entre a natureza das<br />

prestações,<br />

obrigações.<br />

– quando há um acordo <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> entre os sujeitos da relação obrigacional. Na<br />

<br />

convencional não há necessida<strong>de</strong> dos pressupostos acima apontados para a compensação legal.<br />

compensação<br />

possível a cláusula <strong>de</strong> exclusão <strong>de</strong>ssa forma <strong>de</strong> compensação, nos mol<strong>de</strong>s do art. 375 do CC, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

Perfeitamente<br />

Em casos tais, é necessário que cada uma das partes alegue o seu direito contra a outra. Segundo uma<br />

obrigacional.<br />

mais formal do <strong>Direito</strong> Processual <strong>Civil</strong>, em regra e para tanto, o réu necessitaria ingressar com a<br />

versão<br />

que é a ação do réu contra o autor, no mesmo feito em que está sendo <strong>de</strong>mandado, inclusive com o<br />

reconvenção,<br />

<strong>de</strong> extinguir ou diminuir o valor da obrigação (art. 343 do CPC/2015, que correspon<strong>de</strong> parcialmente ao art. 315<br />

fim<br />

CPC/1973). Não haveria a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconvenção nas ações <strong>de</strong> natureza dúplice, caso, por exemplo, das<br />

do<br />

possessórias. De toda sorte, recente aresto do Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça, distante do formalismo<br />

ações<br />

reconheceu que a compensação é possível juridicamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> reconvenção ou<br />

processual,<br />

contraposto. Nos termos da precisa ementa, que conta com o nosso apoio, “a compensação é meio extintivo<br />

pedido<br />

obrigação, caracterizando-se como exceção substancial ou <strong>de</strong> contradireito do réu, que po<strong>de</strong> ser alegada em<br />

da<br />

como matéria <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da propositura <strong>de</strong> reconvenção em obediência aos<br />

contestação<br />

da celerida<strong>de</strong> e da economia processual. Prece<strong>de</strong>ntes. Hipótese em que o réu <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o não pagamento<br />

princípios<br />

dívida cobrada pelo autor com base em compensação <strong>de</strong> dívidas, sem, contudo, formular pedido <strong>de</strong> cobrança <strong>de</strong><br />

da<br />

diferença <strong>de</strong> valores compensados. O acórdão recorrido enten<strong>de</strong>u que a alegação <strong>de</strong> compensação se <strong>de</strong>u<br />

eventual<br />

via ina<strong>de</strong>quada, pois somente po<strong>de</strong>ria ser feita em ação reconvencional. Não é razoável exigir o ajuizamento <strong>de</strong><br />

na<br />

reconvencional para a análise <strong>de</strong> eventual compensação <strong>de</strong> créditos, <strong>de</strong>vendo-se prestigiar a utilida<strong>de</strong>, a<br />

ação<br />

e economia processuais, bem como obstar enriquecimento sem causa” (STJ, REsp 1.524.730/MG, 3.ª<br />

celerida<strong>de</strong><br />

Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 18.08.2015, 25.08.2015). Por fim, cabe pontuar que a<br />

Turma,<br />

judicial po<strong>de</strong> ter origem legal ou no acordo entre as partes do processo (convencional), o que até<br />

compensação<br />

em dúvida a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa terceira categoria do instituto.<br />

coloca<br />

<br />

– é aquela que envolve a totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> duas dívidas.<br />

<br />

– é aquela que envolve parte <strong>de</strong> uma dívida e a totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong><br />

I)<br />

<br />

:<br />

– é aquela que <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> lei e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> convenção entre os sujeitos da relação<br />

<br />

<br />

o contrato seja civil e paritário.<br />

que<br />

– ocorre por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão do juiz que reconhece no processo o fenômeno <strong>de</strong> extinção<br />

<br />

<br />

II)<br />

<br />

<br />

outra. Uma dívida é extinta e a outra é compensada.<br />

Da confusão<br />

3.6.3.7<br />

Para o <strong>Direito</strong> das Obrigações, a confusão está presente quando na mesma pessoa confun<strong>de</strong>m­se as<br />

qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> credor e <strong>de</strong>vedor, em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> um ato inter vivos ou mortis causa (art. 381 do CC).<br />

A origem da confusão obrigacional, na gran<strong>de</strong> maioria das vezes, <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> um ato bilateral ou <strong>de</strong> um<br />

negócio jurídico, razão pela qual <strong>de</strong>ve ela ser incluída como forma <strong>de</strong> pagamento indireto.<br />

Pelo art. 382 do Código <strong>Civil</strong>, a confusão po<strong>de</strong> verificar­se a respeito <strong>de</strong> toda a dívida, ou só <strong>de</strong><br />

parte <strong>de</strong>la. No primeiro caso haverá confusão total ou própria, com a extinção da totalida<strong>de</strong> da dívida.<br />

No segundo, haverá a confusão parcial ou imprópria.<br />

Quanto à solidarieda<strong>de</strong>, enuncia o art. 383 do CC que “a confusão operada na pessoa do credor ou<br />

<strong>de</strong>vedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida,<br />

subsistindo quanto ao mais a solidarieda<strong>de</strong>”. Desse modo, a confusão não tem o condão <strong>de</strong> pôr fim à

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!