14.04.2017 Views

Manual de Direito Civil - Flávio Tartuce - 7ª Ed. - 2017

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

7.8<br />

7.8.1<br />

DIREITOS REAIS DE GOZO OU FRUIÇÃO<br />

DOS<br />

Generalida<strong>de</strong>s<br />

a)<br />

b)<br />

superfície (inc. II).<br />

A<br />

servidões (inc. III).<br />

As<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong><br />

mútuo para aquisição <strong>de</strong> imóvel garantido pelo FCVS, avençado até 25/10/96 e transferido sem a<br />

interveniência da instituição financeira, o cessionário possui legitimida<strong>de</strong> para discutir e <strong>de</strong>mandar em<br />

juízo questões pertinentes às obrigações assumidas e aos direitos adquiridos. (…). No caso <strong>de</strong> cessão <strong>de</strong><br />

direitos sobre imóvel financiado no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação realizada após<br />

25/10/1996, a anuência da instituição financeira mutuante é indispensável para que o cessionário adquira<br />

legitimida<strong>de</strong> ativa para requerer revisão das condições ajustadas, tanto para os contratos garantidos pelo<br />

FCVS como para aqueles sem referida cobertura” (STJ, REsp 1.150.429/CE, Corte Especial, Rel. Min.<br />

Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 25.04.2013, DJe 10.05.2013, publicado no seu Informativo n. 520).<br />

Como outrora <strong>de</strong>stacado, tal mudança representa, para este autor, um total retrocesso.<br />

Os direitos reais <strong>de</strong> gozo ou fruição são situações reais em que há a divisão dos atributos relativos<br />

à proprieda<strong>de</strong> ou domínio (proprieda<strong>de</strong> restrita ou limitada). Como o próprio nome indica, transmitese<br />

a outrem o atributo <strong>de</strong> gozar ou fruir a coisa, com maior ou menor amplitu<strong>de</strong>. Como leciona Luciano<br />

<strong>de</strong> Camargo Penteado, tais direitos “visam conferir ao titular da situação jurídica a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

realizar algum tipo <strong>de</strong> função utilida<strong>de</strong> sobre o bem objeto <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> outro sujeito <strong>de</strong> direito. A<br />

partir do momento em que se institui um direito <strong>de</strong>sta natureza, passa a haver, no sistema jurídico, uma<br />

relação jurídica entre o proprietário e o seu titular, relação jurídica esta que se <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> relação<br />

jurídica real”. 130 São direitos reais <strong>de</strong> gozo ou fruição tipificados pelo art. 1.225 do CC:<br />

c)<br />

d)<br />

usufruto (inc. IV). O<br />

uso (inc. V). O<br />

e)<br />

f)<br />

habitação (inc. VI).<br />

A<br />

concessão <strong>de</strong> uso especial para fins <strong>de</strong> moradia (inc. XI, incluído pela Lei 11.481, <strong>de</strong> 2007).<br />

A<br />

A concessão <strong>de</strong> direito real <strong>de</strong> uso. (inc. XII, do mesmo modo incluído pela Lei 11.481, <strong>de</strong> 2007).<br />

g)<br />

Vejamos, <strong>de</strong> forma pontual e <strong>de</strong>talhada.<br />

Da superfície<br />

7.8.2<br />

Com origem no <strong>Direito</strong> Romano, o direito <strong>de</strong> superfície passou a ser regido pelo CC/2002 entre os<br />

seus arts. 1.369 a 1.377, sendo certo que já havia previsão no Estatuto da Cida<strong>de</strong> a respeito da categoria<br />

(arts. 21 a 24 da Lei 10.257/2001).<br />

O direito real <strong>de</strong> superfície surgiu para substituir a enfiteuse, banida pela nova codificação, nos<br />

termos do art. 2.038 do CC/2002 (“Fica proibida a constituição <strong>de</strong> enfiteuses e subenfiteuses,<br />

subordinando­se as existentes, até sua extinção, às disposições do Código <strong>Civil</strong>, Lei 3.071, <strong>de</strong> 1.º <strong>de</strong><br />

janeiro <strong>de</strong> 1916, e leis posteriores. § 1.º Nos aforamentos a que se refere este artigo é <strong>de</strong>feso: I – cobrar<br />

laudêmio ou prestação análoga nas transmissões <strong>de</strong> bem aforado, sobre o valor das construções ou<br />

plantações; II – constituir subenfiteuse. § 2.º A enfiteuse dos terrenos <strong>de</strong> marinha e acrescidos regula­se<br />

por lei especial”). Em suma, nota­se que estão mantidas apenas as enfiteuses anteriores, sendo vedada a<br />

estipulação <strong>de</strong> novas.<br />

Quando do surgimento do instituto, apontava­se que a superfície seria bem mais vantajosa do que a<br />

enfiteuse, pelas diferenças marcantes entre os institutos. Primeiro, porque a superfície po<strong>de</strong> ser gratuita<br />

ou onerosa, enquanto a enfiteuse era sempre onerosa. Segundo, pois a superfície é temporária ou não,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!