14.04.2017 Views

Manual de Direito Civil - Flávio Tartuce - 7ª Ed. - 2017

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong><br />

fiduciária em garantia <strong>de</strong> bens imóveis, prevendo o seu art. 1.º que “A alienação fiduciária regulada por<br />

esta Lei é o negócio jurídico pelo qual o <strong>de</strong>vedor, ou fiduciante, com o escopo <strong>de</strong> garantia, contrata a<br />

transferência ao credor, ou fiduciário, da proprieda<strong>de</strong> resolúvel <strong>de</strong> coisa imóvel”. O tema será<br />

aprofundado quando do estudo dos direitos reais <strong>de</strong> garantia.<br />

Formas <strong>de</strong> aquisição da proprieda<strong>de</strong> imóvel<br />

7.4.6<br />

Como ocorre na posse e também nos <strong>de</strong>mais direitos, a proprieda<strong>de</strong> admite formas <strong>de</strong> aquisição<br />

originárias e <strong>de</strong>rivadas. Nas formas originárias, há um contato direto da pessoa com a coisa, sem<br />

qualquer intermediação pessoal. Nas formas <strong>de</strong>rivadas, há intermediação subjetiva. De início, o<br />

esquema a seguir <strong>de</strong>monstra quais são as formas <strong>de</strong> aquisição originária e <strong>de</strong>rivada da proprieda<strong>de</strong><br />

imóvel:<br />

Na prática, a distinção entre as formas originárias e <strong>de</strong>rivadas é importante. Isso porque nas formas<br />

originárias a pessoa que adquire a proprieda<strong>de</strong> o faz sem que esta tenha as características anteriores, do<br />

anterior proprietário. De forma didática, afirma­se que a proprieda<strong>de</strong> começa do zero, ou seja, é<br />

“resetada”. É o que ocorre na usucapião, por exemplo. Por outra via, nas formas <strong>de</strong>rivadas, há um<br />

sentido <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> da proprieda<strong>de</strong> anterior, como ocorre na compra e venda.<br />

Ilustrando, na questão tributária, se a proprieda<strong>de</strong> é adquirida <strong>de</strong> forma originária, caso da<br />

usucapião, o novo proprietário não é responsável pelos tributos que recaiam sobre o imóvel,<br />

entendimento adotado pelo STF em histórico julgado, da lavra do então Ministro Djaci Falcão (RE<br />

94.586­6/RS, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1984). O mesmo raciocínio não serve para a aquisição <strong>de</strong>rivada, pois<br />

na compra e venda o adquirente é responsável pelos tributos anteriores.<br />

Outra concreção envolve a hipoteca. Se um imóvel gravado por este direito real <strong>de</strong> garantia for<br />

adquirido por usucapião, ela estará extinta, uma vez que a aquisição é originária. O mesmo não po<strong>de</strong> ser<br />

dito quanto à compra e venda, forma <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong>rivada.<br />

De forma <strong>de</strong>talhada, parte­se ao estudo das formas <strong>de</strong> aquisição originária da proprieda<strong>de</strong> imóvel.<br />

Das acessões naturais e artificiais<br />

7.4.6.1<br />

Nos termos do art. 1.248 do CC, as acessões constituem o modo originário <strong>de</strong> aquisição da<br />

proprieda<strong>de</strong> imóvel em virtu<strong>de</strong> do qual passa a pertencer ao proprietário tudo aquilo que foi incorporado<br />

<strong>de</strong> forma natural ou artificial. Como acessões naturais estão previstas a formação <strong>de</strong> ilhas, a aluvião, a<br />

avulsão e o abandono do álveo. Como acessões artificiais, <strong>de</strong>correntes da intervenção humana, o atual

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!