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Escritos de Saúde Coletiva

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escritos de saúde coletiva

Na cidade de São Paulo, por exemplo, em 2001, foram abertas 1.574 novas farmácias e drogarias.

Na periferia ou em bairros de maior poder aquisitivo, as farmácias e drogarias proliferam nas esquinas

da cidade. Calcula-se que a cada farmácia que fecha, duas são abertas em São Paulo.

Durante o ano de 2002, o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo registrou a abertura de

1.960 novos estabelecimentos, 386 a mais em relação ao ano anterior. Essa expansão, que foi de 24,5%

no período, acontece principalmente entre as grandes redes e voltada para regiões de maior concentração

urbana e de maior poder aquisitivo.

A chegada do medicamento genérico ao mercado é apontada como um dos motivos desse

crescimento acentuado: mais barato que o medicamento tradicional, o genérico aumentou o fluxo

de consumidores nas farmácias.

Em razão da retração das vendas e da concorrência crescente, grande parte das farmácias

oferece serviços como entrega em domicílio sem cobrança de taxa e pedido mínimo, drive-thru,

e-commerce, call centers e convênio-empresa. Estratégias de marketing desenvolveram e aplicam

o conceito da “nova farmácia”, que é uma mescla de loja de departamento e farmácia, trabalhando

com o conceito de “não-medicamento”. A “nova farmácia” oferece um número muito maior de

“itens” (mais ou menos 8 mil, quando, na “farmácia tradicional”, não passam de 5 mil).

Ocorreu uma mudança no perfil dos produtos que vendem, e que muda conforme o poder

aquisitivo da região, incluindo produtos de beleza, energéticos, vitaminas, refrigerantes e até sorvetes,

bem ao estilo da drugstore norte-americana, onde se vende tudo, inclusive medicamentos.

As farmácias passaram a oferecer uma grande variedade de produtos.

Na Região Nordeste, essas “novas farmácias” vendem mesmo tudo: artigos de beleza e higiene

pessoal, rações para animais, material fotográfico, pão, refrigerantes, água de coco e sorvetes.

Além disso, como os supermercados, as farmácias e drogarias também oferecem produtos de

marcas próprias, que, em média, chegam a representar 10% da receita do estabelecimento.

Outra diferença é a área de venda, e como nos supermercados, as gôndolas dão visibilidade

aos produtos em exposição. Na antiga farmácia de bairro, a área de venda corresponde a, no

máximo, 80 metros. Hoje, os novos estabelecimentos abrem com 150 metros de área de venda,

que abre espaço para toda aquela parafernália de outros produtos, acima citados. Em geral, a área

reservada aos medicamentos reduziu-se a um terço da área total de vendas.

Nesta linha, já se encontram em funcionamento nas grandes cidades as “hiperfarmácias”, com

200 metros quadrados de área de venda e 12 mil itens, entre vitaminas, suplementos nutricionais,

fitoterápicos e cosméticos nacionais e importados.

Tudo isso, visando ao consumidor de maior poder aquisitivo.

A expansão é mais intensa entre as médias e grandes redes, que, no ano passado, cresceram

15%, principalmente por causa do espaço conquistado pelos “não-medicamentos”.

Farmacêutico de plantão é coisa rara. Ainda que a lei obrigue a presença do farmacêutico para

que o estabelecimento possa funcionar, na maioria das vezes isso não ocorre. A situação se deve a

dois fatores: os salários aviltantes pagos pelos proprietários e a desídia dos profissionais.

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