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Escritos de Saúde Coletiva

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escritos de saúde coletiva

4.2 - Regulamentação do uso, comercialização e

industrialização de produtos derivados de tabaco e álcool.

Alcoolismo e tabaquismo como importantes problemas

sanitários e econômicos

O alcoolismo e o tabaquismo são as toxicomanias mais prevalentes em nosso país disso decorrendo

um relevante impacto sanitário e econômico.

Com vistas a estimar montantes dos custos relativos ao uso e abuso de drogas em termos de

saúde pública, têm sido considerados os gastos com assistência médica e perdas de produtividade,

decorrentes do uso de drogas por trabalhadores, e sociais, decorrentes de mortes prematuras.

No período de 1995 a 1997, o País gastou, só com internações decorrentes do uso abusivo e

da dependência de álcool e outras drogas, cerca de cem milhões de reais ao ano. A assistência à

doenças tabaco-associadas custou ao SUS outros oitenta milhões ao ano.

Nesse período, o alcoolismo ocupou o quarto lugar no grupo de doenças que mais incapacitam

e a cirrose alcoólica do fígado foi a sétima causa de óbito na população com mais de quinze anos.

Estudo realizado em 1993 pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, encontrou

que de 10 a 15% da força de trabalho empregada naquele estado tem problemas de dependência

de drogas e ou álcool. As decorrências desse fato são que o grupo afetado solicitou três vezes

mais licenças médicas; esteve envolvido em 15 a 30% (segundo o setor industrial) dos acidentes

de trabalho ocorridos no período estudado; foi responsável por 50% do absenteísmo e utilizou

um número oito vezes maior de diárias hospitalares que os demais. As famílias dos trabalhadores

com problemas de dependência química utilizaram três vezes mais serviços de assistência médica

e social que a média.

O alcoolismo parece ser a principal dependência química responsável por esse quadro, pelo

menos é o que mostram os estudos nacionais que a pesquisaram separadamente das demais.

Assim, um programa de prevenção ao alcoolismo implantado na Petrobrás reduziu, após dezoito

meses, em 47% o número de dias de licença médica e em 45% o de faltas ao trabalho (1).

O uso de álcool é também responsável pela maioria dos acidentes de trânsito em nosso meio:

segundo estudo realizado com patrocínio do Sistema Nacional de Trânsito, realizado em 1997 em

quatro cidades brasileiras (2), 61% das pessoas envolvidas em acidentes de trânsito apresentavam

alcoolemia positiva, sendo que essa proporção aumentava para 71,1 e 63,6% quando se tratava

de acidentes por choque e capotamento, respectivamente. 56,2% das pessoas que sofreram

atropelamento apresentavam algum nível de álcool no sangue.

A proporção detectada de outras drogas foi pequena: a maconha foi encontrada em 10% dos

envolvidos com acidentes de trânsito em Recife, mas em bem menos da metade dessa proporção

nas demais cidades; a cocaína foi detectada em menos de 4% e outras substâncias psicoativas em

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