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Escritos de Saúde Coletiva

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escritos de saúde coletiva

ções que não são, exatamente, organizações sociais, mas organizações governamentais do Sistema

de Proteção e Defesa do Consumidor, e que muito raramente se fazem fora do nível central

do Sistema.

Considerando as prerrogativas de que dispõe o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – que

intervém no espaço em que atuam forças de mercado e no jogo de interesses econômicos, e

cujos resultados influirão, direta e dramaticamente, nas condições de vida e de saúde de grandes

contingentes populacionais –, mecanismos visíveis de participação e controle social sobre o direcionamento

de suas políticas são essenciais para prevenir a sua captura por parte de agentes

privados, afastando o Sistema de sua missão institucional, por influência dos setores organizados

de maior poder econômico e político.(3)

Esses mecanismos, no entanto, são ainda muito precários.

A primeira dificuldade: o modelo

A doutrina que orienta a criação de agências regulatórias como a Anvisa – organismo central

do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária –, se baseia no princípio de que sua eficiência decorre,

exatamente, da autonomia e da existência de controles a posteriori.

Pressupõe a existência de instituição sólidas e um regime democrático forte, no qual os mecanismos

tradicionais – de controle de contas e parlamentares –, associados a conselhos formais e à

atuação da imprensa são suficientes para o controle da administração.

Nesse contexto – agravado pelas dificuldades de conceber um processo participativo nos

moldes preconizados para o funcionamento do SUS – as soluções postas em prática para conferir

controle social às instâncias centrais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, isto é, à atuação

da Anvisa, consistem em três mecanismos: as conferências de vigilância sanitária, um conselho

consultivo da Anvisa e uma ouvidoria.

Conferências nacionais de vigilância sanitária

O primeiro evento com as características de uma conferência de saúde tratando de vigilância

sanitária, isto é, voltado para a avaliação da situação e proposição de diretrizes, com a participação

de representantes dos vários segmentos sociais interessados, aconteceu em 1986, durante a

8ª Conferência Nacional de Saúde e tratou da “saúde do consumidor”.

Esse evento é considerado, pelos funcionários da Anvisa, como a 1ª conferência de vigilância

sanitária, ainda que não tenha recebido esse nome, formalmente, e que a que foi denominada “1ª

Conferência” só tenha ocorrido em novembro de 2001.

Uma das recomendações da 8ª Conferência Nacional de Saúde era a realização de uma “conferência

temática setorial em vigilância sanitária”. As 9ª, 10ª e 11ª conferências nacionais renovaram

essa indicação. No entanto, ela só aconteceu em 2001, quando o Conselho Consultivo da Anvisa

aprovou a realização da 1ª Conferência Nacional de Vigilância Sanitária que, por fim, veio a reali-

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