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Escritos de Saúde Coletiva

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escritos de saúde coletiva

A livre disponibilidade é o oposto à proibição total e consiste na ausência de qualquer restrição

legal ou regulamentar ao cultivo, à importação, à venda, à distribuição, à posse e ao uso, e

criaria – provavelmente – tantos ou mais problemas que seu oposto, a proibição total.

Políticas para o enfrentamento do problema da infecção pelo HIV entre UDI

Nos países da Ásia, as epidemias gêmeas de uso injetável de drogas e de infecção pelo HIV

são recentes e concomitantes. Como em geral nos demais países do Terceiro Mundo, a real extensão

do problema do uso de drogas era desconhecida, da mesma forma que não existiam ações

apropriadas visando quer a prevenção quer o tratamento.

Em vista disso, as respostas, em termos de Saúde Pública, partiram de posições e condições

bem menos avançadas que as desencadeadas pelos países industrializados, encontrando, por

outro lado, dificuldades em serem implementadas e aceitas em decorrência da prevalência de

valores tradicionais e religiosos.

É bem verdade que, mesmo nos países industrializados – como é o caso do Estados Unidos –

foi crítico e muito difícil ganhar o apoio social e político necessário a implementação de ações de

prevenção dirigidas a UDI.

Na Espanha – o país europeu onde as ‘epidemias gêmeas’ são importante problemas de saúde

pública – os programas de redução de danos foram subordinados a uma política sobre drogas

cujo objetivo principal era o controle do consumo.

Em que pese haver evidências da gravidade da situação já em meados da década de 80, os

primeiros programas de manutenção com metadona e de troca de seringas só se implantaram,

efetivamente, em 1992.

Editorial da revista Gaceta Sanitária, de novembro-dezembro de 1996, explica as razões do

atraso das autoridades de saúde pública daquele país em atuar, com base em alguns pontos: no

âmbito das rápidas transformações políticas e sociais por que passou o país naquele período, ‘entre

setores políticos e profissionais e na sociedade em geral gozavam de ampla aceitação certas

propostas messiânicas que defendiam que a erradicação do consumo de drogas era um objetivo

viável e aceitável a curto prazo, ainda que, para isso, se necessitassem de transformações sociais

muito grandes’.

A carência de informação específica sobre esse tema, entre os médicos e demais trabalhadores

de saúde; o preconceito generalizado contra os UDI, favorecido pelos meios de comunicação,

e a falta de propostas claras de parte dos trabalhadores de saúde pública são apontados como

fatores que favoreceram o atraso na adoção de políticas mais efetivas para o enfrentamento do

problema.

A Austrália foi o país a adotar mais precocemente e com melhores resultados políticas de

saúde pública baseadas na estratégia de redução de danos, já em 1985, pela implementação de

uma Campanha Nacional Contra as Drogas.

Projetos de troca de seringas foram iniciados em 1987 e tiveram uma vigorosa implementação.

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