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Escritos de Saúde Coletiva

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escritos de saúde coletiva

No Estado de Indiana, assistência para a elaboração desses documentos, para as pessoas que

desejarem – em especial para idosos –, é disponibilizada pelas autoridades sanitárias e de assistência

social.

No Texas, lei estadual reconhece os direitos de a pessoa a tomar decisões referentes à assistência

à sua saúde, incluindo o de aceitar ou recusar tratamentos médicos e cirúrgicos, bem como o

de deixar instruções antecipadas a respeito.

A lei obriga, ainda, o registro, no prontuário do paciente, de suas determinações e a informação

da equipe de saúde, bem como a comunicação entre o médico que o atende e seu médico

assistente, se não forem a mesma pessoa.

O Patient Self-Determination Act é coerente com um dos mais caros princípios da ética contemporânea:

o de que as decisões sobre o atendimento de um paciente devem ser as que visam ao

melhor resultado possível para ele, na opinião do próprio paciente. Sua implementação, no entanto,

não se vem se fazendo sem uma série de problemas (1).

Entre eles destacam-se: qual o momento adequado para a tomada de decisão pelo paciente e

a feitura das advanced directives? 10 qual é o momento em que o curador deve iniciar seu papel? 11

é necessário ou não um atestado médico ou uma decisão judicial para confirmar o estado de

incapacidade do paciente? como se aplicam esses princípios e meios no caso de crianças e adolescentes?

até onde estão envolvidos interesses financeiros? 12

Por outro lado, essa lei tem pontos muito positivos: o aumento da responsabilidade das pessoas

no que se refere à própria saúde; o necessário envolvimento e o conhecimento prévios por

parte do médico e da equipe de saúde, reduzindo o desgaste psicológico, facilitando o atendimento

e reduzindo os custos de internação. Sua aplicação exige, ainda, prestação de informação

veraz e adequada pelo médico e pela equipe de saúde ao paciente, pois só assim ele poderá fazer

as opções que julgar mais adequadas.

A legislação inglesa 13 não trata desta mesma matéria, mas do direito do paciente terminal

em receber assistência médica para morrer. Trata-se, portanto, de uma lei que regula uma forma

específica de eutanásia.

10 Os estudos mostram que o momento da admissão em um serviço de saúde não é o momento mais adequado,

inclusive em razão da dificuldade de compreensão, pelo paciente, dos formulários oferecidos. Por outro lado, não

tem sido fácil encontrar alternativas efetivas para informar sobre esses assuntos a pessoas que não têm contato com

serviços de saúde. Como resultado, a grande maioria das pessoas – mesmo depois de confrontadas com situações

de risco – não tomam as devidas decisões nem as formulam.

11 O peso da responsabilidade ética e da carga psicológica sobre o curador é muito grande e os estudos disponíveis

evidenciam que os padrões de decisão são distintos segundo o curador tenha ou não vínculos afetivos com

o paciente. De qualquer forma, em geral não é claro para as equipes assistenciais como identificar o momento

adequado de acionar o curador.

12 Argumenta-se, nos Estados Unidos, que, na medida em que cerca de 30% dos gastos das seguradoras de saúde/planos

de saúde acontecem no último ano de vida de seus segurados/beneficiários, o apoio a leis com essa e a

outras favoráveis a eutanásia estariam, em verdade, atendendo interesses financeiros e não éticos.

13 The Assisted Dying for the Terminally Ill Act of 2004 (de 8 jan. 2004).

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