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Escritos de Saúde Coletiva

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escritos de saúde coletiva

– é crescente a tendência de uso pesado (vinte ou mais vezes ao mês) de maconha e álcool

(dez cidades).

Os meninos de rua são, em várias partes do mundo em que o comportamento foi estudado, o

grupo populacional em que se encontraram as mais altas taxas de prevalência de uso de drogas

(12). Em nosso País, o CEBRID encontrou, em 1993, que entre 57,0% e 90,5% das crianças de rua

estudadas, de cinco grandes cidades brasileiras, consumiram drogas pelo menos uma vez na vida,

e entre 23,5% e 76,0% faziam uso frequente. As drogas mais consumidas por essas crianças eram

o tabaco (acima de 70% de uso diário), os inalantes (entre 24% e 42%), a maconha (entre 10% e

25%) e o álcool (6% a 30%). O uso de cocaína foi encontrado apenas nas cidades da Região Sudeste,

onde alcança a taxa de 4,5% a 6% de uso diário, e o de anticolinérgicos, na Região Nordeste

(8% a 18%). O uso de medicamentos tinha tomado dimensão de epidemia em Fortaleza, entre

esses menores: passou de 25,5% de uso diário em 1989 para 42,0%, em 1993.

Políticas de controle do uso de drogas. Como é entendida a prevenção do

uso de drogas entre adolescentes, segundo as diferentes políticas de controle

As formas com que as diferentes sociedades vêm enfrentando o problema têm-se concentrado,

basicamente, em três estratégias: a redução da oferta, a redução da demanda e a redução de

danos, ou associações entre elas.

A. A guerra às drogas ou política de redução da oferta

A mais antiga política é o denominado proibicionismo que se caracteriza pela criminalização

do uso, da posse, do cultivo, da importação, da venda e da distribuição de qualquer quantidade

de droga. Sua implementação pressupõe enormes gastos com repressão policial, uma legislação

coerente, um sistema judiciário ágil e um grande sistema prisional.

É a política adotada pelo governo americano desde que aquele país teve uma política a respeito,

na década de 50. Hoje essa política tem por objetivo não apenas reduzir o suprimento de

drogas ilícitas para os Estados Unidos, mas também reduzir a demanda interna. Prioridade para

ações voltadas para a redução da produção nas fontes estrangeiras, a interdição e destruição das

linhas de suprimento e para o desincentivo econômico ao tráfico internacional se justifica uma

vez que quatro quintos do volume de drogas consumidos naquele país têm origem externa, incluindo

a quase totalidade da cocaína e da heroína.

A implementação dessa política custa aos cofres públicos americanos, atualmente, a bagatela

de 15,1 bilhões de dólares anuais, 67% dos quais destinados a ações visando a redução de suprimento37.

O governo britânico gasta 6,4 bilhões de dólares ao ano com sua política antidroga (4

bilhões de libras). 38

37 ESTADOS UNIDOS. Foreign Affairs and National Defense Division. PERL, R.F. Drug Control: International Policy

and Options. Washington: Congressional Research Service, 1997

38 Drug abuse cost 4 billion pounds sterling and 1,800 lives every year, and is rising among children. The Guardian,

Londres, 28 abr. 1998.

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