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O Dinossauro - Ordem Livre

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seu ministro, o ilustre cardeal de Richelieu; e com Luís XIV que, com todo o amor<br />

extremado de glória pessoal, limitou sua intervenção no governo a assuntos de guerra e<br />

construção de palácios, deixando a ministros como Colbert e Louvois a administração do<br />

país. Esses ministros eram grandes burgueses. Luís XIV sempre suspeitou dos aristocratas<br />

na administração, achando melhor mandar os duques e marqueses morrer nos campos de<br />

batalha. Com Luís XVI, encontramos Turgot, que era um economista e administrador de<br />

enorme talento, o qual propunha simplesmente "reduzir as despesas abaixo das receitas" —<br />

o que quer dizer, combater a inflação e criar poupanças para estimular o crescimento da<br />

França, então o estado potencialmente mais rico da Europa. Se, em vez de um fraco e<br />

pusilânime monarca, houvesse Turgot encontrado um príncipe de vontade férrea para<br />

corresponder às suas ideias, talvez não tivesse havido Revolução francesa. É Napoleão,<br />

entretanto, o último e maior de todos os Déspotas Esclarecidos.<br />

Nos países escandinavos aparece um Struensee, na Dinamarca, que, por andar<br />

depressa demais, perdeu a cabeça. Mas foi seguido de um Bernstorff e de um Reventlow.<br />

Na Suécia, é o próprio rei Gustavo III que procura introduzir as ideias filosóficas francesas,<br />

para revitalizar uma monarquia em franco declínio. Na Áustria, José II, tio-avô de nossa<br />

Leopoldina, tenta reformar completamente a velha monarquia habsburgueana entre 1780 e<br />

1790, abolindo a servidão e tentando soluções centralizadoras que terminam em fracasso. É<br />

uma figura melancólica de potentado frustrado. Na Rússia a Grande Catarina, pequena<br />

princesa alemã que subira ao trono em circunstâncias suspeitas, limitou-se a fazer a<br />

propaganda de suas ideias liberais através de uma vasta correspondência com Voltaire,<br />

Diderot e D'Alembert. Catarina era uma comediante perfeita. Na realidade, reduziu ainda<br />

mais os mujiks à servidão, dedicando-se apenas a melhorar a eficiência administrativa e<br />

militar do país. Foi tipicamente russa!<br />

Na Alemanha a situação é interessante. No século XVIII, acabava de se refazer dos<br />

desastres das lutas de religião e da Guerra dos Trinta Anos que a devastaram. Dividida em<br />

uma multidão de uns trezentos reinos, ducados, margraviados e outros pequenos estados,<br />

manejados como piões pelas grandes potências da época, o seu problema dominante é o da<br />

união nacional. Essa só se concretiza cem anos depois, em 1870, com a hegemonia da<br />

Prússia bismarckiana. O movimento da Aufklärung representa, entretanto, um fenômeno de<br />

conscientização nacionalista que os grandes filósofos encabeçam. Frederico Guilherme I, o<br />

Rei-Sargento, lança as bases do poderio prussiano, mas vale apontar novamente para o<br />

papel de seu filho, Frederico II († 1786). Efeminado em sua adolescência, extremamente<br />

culto, escritor, amante dos filósofos e dos artistas e ele próprio emérito flautista, Frederico é<br />

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