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O Dinossauro - Ordem Livre

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proclama o pluralismo das receitas experimentais numa sociedade aberta, sustentada por<br />

uma única unanimidade: a da fortaleza da moral social. Não pode portanto ser ideologia,<br />

porque não propõe qualquer construtivismo ou panaceia utópica coercitiva. Seu princípio<br />

básico é "sobretudo que não haja projetos"... Repetindo Hayek, muito pouco sabemos ainda<br />

das leis que controlam o desenvolvimento social para patrocinar planos, programas ou<br />

projetos de caráter totalitário. Não podemos obedecer a supostas "leis sociais" que não estão<br />

sujeitas a nosso controle. Como também acentua Michel Crozier, não podemos mudar a<br />

sociedade por decreto. Esses princípios são sobretudo válidos numa nação jovem como o<br />

Brasil onde tudo está por fazer, onde a própria estrutura social ainda se encontra num estado<br />

de plasticidade informe. A essência do princípio do liberalismo conservador é, por<br />

definição, a liberdade de competição das soluções propostas, contanto que não ambicionem<br />

ao monopólio, à cartelização e ao exclusivismo. É o experimento.<br />

A solução na nova ordem liberal, tal como contemplada pelos membros da<br />

Sociedade Tocqueville, só reconhece a permanência de uma lei de aceitação unânime a<br />

priori: a lei moral. Sem a obediência aos imperativos da ética social, como já haviam<br />

notado Locke, Montesquieu, Burke e Tocqueville, não pode sobreviver uma sociedade<br />

livre. Se a ordem liberal proposta por Hayek, sob o nome de Kosmos, é a ordem<br />

amadurecida e espontânea; e se, ao contrário, a ordem do nacional-socialismo é a ordem<br />

planejada e imposta que Hayek chama de Taxis — o sustentáculo do homem livre diante da<br />

constante emergência do imprevisto é a fortaleza de sua responsabilidade moral, o vigor da<br />

autonomia de sua consciência individual, a sua coragem singular perante as massas. A<br />

função principal, senão única, do Estado é manter a Justiça. Embora sejamos todos homens<br />

maduros, reconhecemos em nós essa abertura ao mundo futuro que nasce na prenhez do<br />

presente. O sentimento de abertura domina a mentalidade do que, no Japão, se denomina a<br />

"juventude flutuante". Gostaríamos de a ela ainda pertencer... Gostaríamos de nos associar,<br />

pelo menos pelos laços da simpatia intelectual, aos movimentos que, na Europa e na<br />

América do Norte, recusam o coletivismo, propõem a redução do poder do Estado e negamse<br />

a aceitar qualquer dogma ideológico e qualquer messianismo secularizado, a ser imposto<br />

pela subversão, a propaganda e o poder militar.<br />

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