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O Dinossauro - Ordem Livre

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A esquerda é crítica por definição e se a crítica da cultura constitui elemento<br />

indispensável de todo avanço, o ímpeto criador do homem não é, também por definição,<br />

suscetível de classificação ideológica. O homem criador explora o desconhecido, avança no<br />

imprevisível, liberta o indeterminado. O homem criador arrisca-se. Lança-se na liberdade<br />

de todo constrangimento no momento mesmo em que se ergue sobre o pináculo da cultura.<br />

O desafio prometeano ao poder da natureza, a penetração luciferiana nos segredos da<br />

Teodiceia são as alavancas que, a partir do pensamento ocidental — greco-judeo-cristão —<br />

transformam o mundo. Na transmutação de todos os valores, o próprio Nietzsche enfatiza a<br />

constância da cultura, centrada no indivíduo, no homem singular. A esquerda crítica não<br />

terá outro papel senão o de apontar para os erros ou descarrilamentos dos criadores, que<br />

tomam riscos precisamente porque enfrentam os enigmas e penetram às cegas nas brumas<br />

do porvir. Avançar é arriscar. A esquerda crítica é como um eunuco: pretende saber como<br />

se faz, mas não pode...<br />

Em suma, a ideia mais revolucionária é a ideia mais antiga do Ocidente, é a mais moderna e<br />

a ideia do futuro, a que surgiu entre os profetas hebraicos, aquela que está no centro da<br />

mensagem de Cristo e se desenvolveu no pensamento de Sócrates e de Platão: o homem é<br />

um ser livre e moralmente responsável. Como dizia Kant, não pode ser um meio porque é<br />

um fim em si mesmo. Não pode, portanto, ser um escravo do Estado.<br />

O futuro não pertence aos supostos "progressistas" marxistas, social-estatizantes,<br />

terceiro-mundistas e nacional-socialistas. O futuro pertence aos que pensam e intuem.<br />

Pertence aos inventores e inovadores, "àqueles que não repetem velhos chavões, aos que<br />

não aderem a partidos, não seguem ideologias mas se lançam para o desconhecido, seguros<br />

em sua fortaleza moral. Este o manifesto de um mal chamado liberalismo conservador, cujo<br />

objetivo imediato é reduzir o poder do Estado burocrático.<br />

A Liberdade, já assinalava Benjamin Constant, "nada mais é do aquilo que os indivíduos<br />

têm o direito de fazer e o que a sociedade — entenda-se, o Estado — não tem o direito de<br />

impedir".<br />

* * *<br />

O que é o Estado? A ciência política o define como um sistema institucional,<br />

dotado da legitimidade do uso da força, do poder de coerção, e destinado a assegurar a<br />

ordem, a justiça e a liberdade dos cidadãos na sociedade que o institui. Teria sido o Estado<br />

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