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O Dinossauro - Ordem Livre

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todo o planeta. A alternativa canhão ou manteiga, própria de todo estado totalitário,<br />

constitui tipicamente uma fórmula mercantilista que seria compreendida no século XVIII.<br />

As estruturas mercantilistas vingaram, naturalmente, na fase preparatória da<br />

revolução industrial e tecnológica que coincidiu com o pleno florescimento do regime<br />

capitalista. Nos fundamentos morais do mercantilismo, destacavam-se a desconfiança com<br />

a "avareza" e "usura" dos comerciantes burgueses; o desprezo em relação à preguiça,<br />

inércia e estupidez do povo trabalhador; e o orgulho da classe nobre, ociosa e privilegiada.<br />

As classes pobres deviam ser mantidas permanentemente na pobreza a fim de conservar os<br />

preços da exportação a nível baixo, competindo favoravelmente no mercado internacional e<br />

acumulando saldos em ouro para a formação do "tesouro de guerra". Kristol assevera que<br />

Adam Smith dirigiu suas teses criadoras da moderna teoria da liberdade individual, política<br />

e econômica, tanto contra o velho moralismo estático da economia medieval, inspirado pela<br />

Escolástica, como contra a avareza, o egoísmo e a insensibilidade do puro espírito de<br />

comércio. Um dos jovens e brilhantes economistas americanos, de tendência liberalconservadora,<br />

George Gilder, lembra (em Wealth and Poverty, N. Y., 1981) que David<br />

Hume, em 1742, contrariava frontalmente o princípio mercantilista num ensaio "Of the<br />

Jealousy of Trade", quando afirmava desejar como súdito britânico fiel de Sua Majestade o<br />

florescimento do comércio da Alemanha, da Espanha, da Itália e até mesmo da França, o<br />

inimigo tradicional. Hume proclamava como "lei dourada" da economia liberal o mercado<br />

capitalista que Adam Smith ia formular em Wealth of the Nations: a prosperidade dos<br />

outros contribui para a nossa própria. Gilder insiste que a grande revolução da economia<br />

moderna ocorreu quando Adam Smith propôs a redução da hipertrofia da política de poder<br />

da idade mercantilista. O triunfo do novo laissez-faire consistiu em valorizar o poder da<br />

produção crescente sobre o suprimento e sobre o saldo adquirido pelo superávit no<br />

comércio externo, com acúmulo de divisas.<br />

John Stuart Mill foi o outro grande defensor do liberalismo econômico. Ele<br />

publicou seus Princípios de Economia Política em 1848, o mesmo ano do Manifesto<br />

Comunista de Marx e já com uma experiência de 70 anos de grandes mudanças políticas e<br />

econômicas no quadro geral da Europa ocidental. Vale notar que Mill, embora tenha sido<br />

um dos principais teóricos do capitalismo democrático, sentia uma certa atração sentimental<br />

pelos ideais igualitaristas do socialismo. Entretanto, criticou severamente o Mercantilismo,<br />

porque este considerava que ''o comércio do mundo devia ser apreciado como uma luta<br />

entre nações que deviam angariar a mais larga porção de dinheiro, ouro e prata existente; e,<br />

nessa competição, nenhuma nação pode ganhar coisa alguma, a não ser forçando as outras a<br />

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