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O Dinossauro - Ordem Livre

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que eram nações pobres, desprovidas de recursos e território (have not) por culpa das<br />

nações ricas (have nations) como a Grã-Bretanha, a França e os Estados Unidos da<br />

América. O ressentimento constituía um dos grandes componentes de seu nacionalismo<br />

agressivo. Que se considere, entretanto, que nenhuma guerra, neste século, foi provocada<br />

pelas grandes nações democráticas capitalistas: elas entraram nesses conflitos e em alguns<br />

casos se desgraçaram por imperativo meramente defensivo. Para as nações democráticas, a<br />

prosperidade e o poder se adquire pela indústria e não manu militare.<br />

O colapso do sistema mercantilista se coloca quando a Wealth of Nations de Adam<br />

Smith triunfa sobre o Inquiry into the Principles of Political Economy de Sir James Steuart,<br />

publicado dez anos antes, em 1767. Na prática, o Mercantilismo é derrotado no campo de<br />

batalha de Waterloo, em 1815. Seus princípios contudo renascem no nacional-socialismo de<br />

esquerda e de direita do século XX: as nações totalitárias são novamente mercantilistas.<br />

Usam o sistema de troca, barter ou clearing. Não obstante as resistências, durante todo o<br />

século XIX a concepção de uma economia internacional de mercado livre, sem barreiras<br />

alfandegárias e sem interferência do Estado, se vai lentamente estendendo por toda a<br />

Europa e América do Norte, não sem grandes retornos, reações e aberrantes interrupções.<br />

Ludendorff e o Grande Estado Maior prussiano controlavam, por exemplo, toda a indústria<br />

alemã em 1918. O Hitlerismo, com toda a produção nacional entregue ao controle de Speer,<br />

constitui tipicamente um fenômeno de regresso anacrônico ao despotismo monárquico<br />

absoluto e à economia mercantilista — acrescido, naturalmente, de uma superestrutura<br />

ideológica "moderna" e utilizando-se da tecnologia mais avançada, inclusive no terreno do<br />

controle da mente. No mesmo sentido, o Estalinismo está mais próximo do regime de Ivan<br />

o Terrível e Pedro o Grande do que poderia parecer. O mesmo ocorreu na China de Mao<br />

Dzedong, de economia fechada em absoluta autarquia.<br />

Agora, o que se pode sugerir quanto à época moderna é que algumas poucas<br />

nações, as mais avançadas do Mercado Comum Europeu e da América do Norte (não<br />

incluiria o Japão nesta lista porque ainda fortes são os resquícios feudais e o mercantilismo<br />

da economia nipônica) estão a caminho de superar definitivamente o mercantilismo e a<br />

concepção paralela do Estado nacional soberano. Adam Smith finalmente triunfa. A criação<br />

de um vasto centro supranacional de desenvolvimento e poder, numa sociedade aberta,<br />

democrática, liberal e individualista, configura realmente a modernidade. A unificação<br />

política do mundo só poderá fazer-se pela redução do poder do Estado nacional numa<br />

sociedade aberta em que os interesses do indivíduo sejam prioritários, sendo a única<br />

alternativa para essa unificação o uso da força militar por uma superpotência imperialista e<br />

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