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Alimentos Regionais Brasileiros<br />

1 Introdução<br />

O Brasil é um país de dimensões continentais, constituído por regiões e estados famosos<br />

por sua rica variedade em recursos naturais. A história brasileira, desde o início da colonização, traz<br />

em sua memória relatos da cultura alimentar: sua cor, seu aroma e seu sabor.<br />

A singular culinária do País incorpora a cultura original de populações indígenas, assim<br />

como vasto número de tradições, como a africana, portuguesa, espanhola, italiana, alemã,<br />

polonesa, francesa, holandesa, libanesa, japonesa, entre outras. Muitos alimentos típicos da nossa<br />

terra são bem conhecidos, como a mandioca e a goiaba. O patrimônio culinário expresso nos<br />

pratos, nas receitas tradicionais, faz parte da memória afetiva, do registro, da transmissão oral de<br />

nossa herança cultural que convive com a modernidade (BELUZZO, 2005).<br />

No entanto, existem muitos outros alimentos nutritivos e saborosos que eram apreciados e<br />

faziam parte das refeições familiares, mas que foram, aos poucos, sendo esquecidos ou desvalorizados.<br />

Entre as principais razões do abandono gradual desses alimentos estão as transformações oriundas<br />

da urbanização, da industrialização, do desenvolvimento de tecnologias, da expansão da indústria de<br />

alimentos, da difusão da mídia e do discurso científico, que afetam de forma diferenciada os grupos<br />

sociais de acordo com sua história e aprendizagem (ROTENBERG, 2012).<br />

Mudanças no padrão de vida e consumo da população brasileira, tais como redução da<br />

atividade física, diminuição do tempo destinado ao lazer e modificações de hábitos alimentares,<br />

têm sido associadas ao aumento de incidência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)<br />

(BRASIL, 2006). Ao mesmo tempo, as DCNTs convivem com altas prevalências de deficiências<br />

nutricionais, principalmente a anemia e a hipovitaminose A. O baixo consumo de frutas, verduras e<br />

legumes é considerado um dos fatores de risco mais importantes associados à elevada morbidade e<br />

mortalidade nos países, especialmente as DCNTs, que representam cerca de 47% da carga mundial<br />

de morbidade (OMS, 2002; 2004). A promoção da alimentação adequada e saudável, diretriz<br />

explícita da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), conforma uma ação transversal e<br />

intersetorial incorporada a outras ações, programas e projetos de promoção da saúde que atuam<br />

nos condicionantes e determinantes sociais da saúde da população, permitindo aos indivíduos<br />

e à coletividade a realização de práticas alimentares apropriadas aos seus aspectos biológicos e<br />

socioculturais, bem como ao uso sustentável do meio ambiente.<br />

De acordo com a PNAN, a alimentação saudável deve estar em acordo com as necessidades<br />

de cada fase do curso da vida e com as necessidades alimentares especiais; referenciada pela cultura<br />

alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; acessível do ponto de vista físico e financeiro;<br />

harmônica em quantidade e qualidade; baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis,<br />

com quantidades mínimas de contaminantes físicos, químicos e biológicos (BRASIL, 2012). Nesse<br />

sentido, um dos objetivos do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (2012-2015),<br />

elaborado pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, consiste em: “Assegurar<br />

processos permanentes de educação alimentar e nutricional e de promoção da alimentação adequada<br />

e saudável, valorizando e respeitando as especificidades culturais e regionais dos diferentes grupos<br />

e etnias, na perspectiva da segurança alimentar e nutricional e da garantia do direito humano à<br />

alimentação adequada” (BRASIL, 2011, p. 84).<br />

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