13.07.2015 Views

Número 13 / 14 - uea - pós graduação

Número 13 / 14 - uea - pós graduação

Número 13 / 14 - uea - pós graduação

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Uma das principais causas inibidoras do acesso e uso da biodiversidade é aassociação entre flora e saúde (leia-se indústria farmacêutica), uma contingênciaque insere questões extremamente complicadas ligadas às ideologias políticas, aopatriotismo inculto e ao nacionalismo ufanista, fatores que atrasam ou dificultamo aproveitamento da biota. Entre os males dessa associação está o direcionamentopara o uso único da biodiversidade, o que constitui uma minimização medíocredo potencial da biota. Várias outras utilidades, economicamente viáveis podemser identificadas, como produção de corantes, pesticidas, fibras, biopolímeros,cosméticos, gomas, látex, óleos comestíveis, óleos essenciais, graxas, gorduras,alimentos, óleos para produção de energia, ração para animais, fertilizantes,microorganismos solubilizadores de fosfato e fixadores de nitrogênio, etc.O apelo emocional relacionado aos enormes lucros da indústriafarmacêutica inibe o acesso e uso da biodiversidade, um posicionamento queobstaculiza o avanço da ciência que, felizmente, foi a primeira atividade humanaglobalizada e que fica a mercê do patrulhamento ideológico.Esse rigor de proteção, entretanto, não tem correspondência na priorizaçãode financiamento de pesquisas voltadas para o cultivo e melhoramento genéticodos organismos amazônicos. Todo o esforço do poder público é direcionadopara o aprimoramento de cultivares exóticas , vegetais (óleos, grãos, legumes,verduras, frutas, temperos e sobremesas) e animais (bovinos, bubalinos, caprinos,ovinos, suínos, galináceos, eqüinos, etc.). Com isso, e por isso, a agropecuáriabrasileira, que dá enormes lucros ao país, é toda alicerçada em espéciesexóticas, trazidas para cá sem autorização dos povos que habitam as regiõesonde elas tiveram origem. Essa atividade bucaneira sequer é comentada peloambientalismo ufanista e inculto que jamais sinalizou, sequer, a possibilidadede o Brasil remunerar o conhecimento tradicional dos povos dos biomas deorigem dos organismos (plantas e animais) que aqui enchem os cofres dogoverno, dos Bancos, dos donos das terras. Vale lembrar ainda que a Convençãosobre Diversidade Biológica, recepcionada pela legislação brasileira (DecretoLegislativo nº 2 de 03/02/1994) em seu artigo 2º, reconhece a existência de Paísde origem dos recursos genéticos e de País provedor de recursos genéticos. (vercapítulo sobre Biopirataria).A pesquisa de melhoramento e cultivo de espécies da flora e da faunaamazônicas nunca foi prioridade governamental, embora alguns pesquisadorestenham seguido esse caminho, abandonado aqui e ali, por falta de financiamento.Na área empresarial, surge, aqui e ali algum investimento no plantio de guaraná,cupuaçu, pupunha e, mais recentemente, de cacau orgânico, no Município deCoari, no médio Solimões, com produção de 120 toneladas em 2007.Resta ainda refletir sobre o uso das madeiras de lei, cujo corte também éHiléia - Revista do Direito Ambiental da Amazônia n 0 <strong>13</strong> |Jul - Dez| 2009 n 0 <strong>14</strong> |Jan - Jun| 2010 169livro hileia<strong>13</strong>,<strong>14</strong>.indd 169 12/4/2011 17:33:<strong>14</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!