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Número 13 / 14 - uea - pós graduação

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centopeias etc.), que agem muitas vezes como inimigos naturais de seresnocivos às plantas; a diversidade de ecossistemas (CROMWELL, 2003). Nestetrabalho, nos concentraremos sobretudo na diversidade de plantas cultivadas ede agroecossistemas.A agrobiodiversidade é essencialmente um produto da intervenção dohomem sobre os ecossistemas: de sua inventividade e criatividade na interaçãocom o ambiente natural. Os processos culturais, os conhecimentos, práticas einovações agrícolas, desenvolvidos e compartilhados pelos agricultores, sãoum componente-chave da agrobiodiversidade. As práticas de manejo, cultivoe seleção de espécies, desenvolvidas pelos agricultores ao longo dos últimos10.000 a 12.000 anos, foram responsáveis, em grande parte, pela enormediversidade de plantas cultivadas e de agroecossistemas e, portanto, não sepode tratar a agrobiodiversidade dissociada dos contextos, processos e práticasculturais e socioeconômicas que a determinam e condicionam. Por isso, além dadiversidade biológica, genética e ecológica, há autores que agregam um quartonível de variabilidade: o dos sistemas socioeconômicos e culturais que geram econstroem a diversidade agrícola.A diversidade resulta tanto de fatores naturais quanto culturais. Assim,há sociedades que adaptam variedades de arroz ao cultivo aquático, submersoem água, em regiões úmidas, e há outras que adaptam variedades de arroz aocultivo em regiões secas. As diferentes variedades de milho podem ser usadaspara se comer diretamente da espiga, para alimentar os animais, para fazerpipoca e farinha ou para a fermentação da cerveja. São usadas também parafins ornamentais (principalmente aquelas com pigmentos coloridos), medicinaisou religiosos. Uma mesma espécie pode ser usada para fins alimentícios oucomo medicamento, e as diferentes partes de uma mesma planta podem tambémter serventias diferentes. As plantas têm ainda usos em rituais e em cerimôniasreligiosas, e muitos nomes podem ser dados às variedades de uma mesma espécie.A diversidade agrícola pode também se expressar tanto em característicasperceptíveis pelo olhar humano, como variações de cor, forma, altura, tamanhoe formato das folhas, quanto em variações genéticas, como resistência a secas,pestes e doenças, alto teor nutritivo etc., e a sua perda é difícil de ser avaliadae mensurada com exatidão. A extinção dos saberes, práticas e conhecimentosagrícolas é ainda mais difícil de ser avaliada e mensurada.Mesmo que não se possa estimar exatamente a dimensão da perda, adiversidade agrícola está ameaçada, e ela constitui a base da sobrevivênciadas populações rurais, notadamente as de baixa renda. O Relatório sobre oEstado dos Recursos Genéticos de Plantas do Mundo, apresentado durante a 4ªConferência Técnica Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos, realizada82 Hiléia - Revista do Direito Ambiental da Amazônia n 0 <strong>13</strong> |Jul - Dez| 2009 n 0 <strong>14</strong> |Jan - Jun| 2010livro hileia<strong>13</strong>,<strong>14</strong>.indd 82 12/4/2011 17:33:08

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