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Número 13 / 14 - uea - pós graduação

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igualmente de maneira formal, mas sim, de forma material. Assim sendo, oexercício de mudar o foco de ponto de referência ao (às) outro (as) é essencialpara a prática da alteridade, no âmbito da igualdade material.Afirma Jelin (1996, p. 24) que a alteridade é um componenteindispensável no processo de construção da cidadania ativa e aberta ao debatepermanentemente. Devendo-se primordialmente reconhecer a historicidade daslutas sociais e de seus conteúdos, já que deva-se deixar claro que, não há umamaneira única de resolver as contradições e tensões básicas, por exemplo, entreo universalismo e a pluralidade. Faz-se necessário ter-se muita criatividade einovações permanentes; reconhecer as historicidades é reconhecer que não háverdades absolutas; para fomentar a solidariedade e a responsabilidade pelooutro (a).Levi-Strauss (1952, p. 328) observa que há de se separar a biologia domundo social. Não há causa ou efeito no mundo social que tenha patamaresbiológicos, senão simplesmente as próprias caracterizações sociais, assimsendo, a cultura não é estática, é sim dinâmica, e faz parte de um fenômeno dediversidade cultural, logo as culturas não estão em diferentes etapas da evoluçãosocial predeterminada, mas são em suas essências diferentes, não melhores oupiores, não primitivas e mais desenvolvidas, mas simplesmente diferentes.Neste contexto, deve ser evitado o discurso etnocêntrico, o etnocentrismo temcomo base primordial, em se afirmar e determinar que uma cultura seja certa dese seguir e outra não, de acordo com determinações sócio-culturais, devendo-seter uma postura científica de tolerância dinâmica e não contemplativa.Geertz (2001, p. 75) defende que a diversidade cultural é mais caracterizadacom a capacidade de sondar as sensibilidades alheias, os pensamentos que nãose tem ou que não se tendem a ter. No mau presságio de que “nós somos nós” e“eles são eles”, o limite está nas fronteiras dos que estão à pesquisa, ou seja, emsi mesmo, esta idéia, para Geertz é errada, a constituição é feita através da idéiade que a cultura é socialmente constituída. Devendo-se respeitar os autos limitesdaquele que pesquisa “os outros”, pois terá limites nas: 1.sua própria cultura; 2.sua formação de vida e 3. sua própria constituição social, ou seja, nas fronteirasde si mesmo.Para Geertz (2001, p.79) o sentido maior da alteridade está em mostraros conflitos de valores surgidos da diversidade cultural. Compreendida atravésda etnografia, que descreve a realidade em questão a partir do outro e é atravésdo outro que se descreverá os usos da diversidade, da integridade grupal emantendo a lealdade do grupo, de maneira concretizada. Pois, “não há substitutopara o conhecimento local, nem tampouco para a coragem” (GEERTZ, 2001, p.81) e a “capacidade de nossa imaginação para apreender o que está diante de282 Hiléia - Revista do Direito Ambiental da Amazônia n 0 <strong>13</strong> |Jul - Dez| 2009 n 0 <strong>14</strong> |Jan - Jun| 2010livro hileia<strong>13</strong>,<strong>14</strong>.indd 282 12/4/2011 17:33:22

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