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Número 13 / 14 - uea - pós graduação

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Analisando o desenvolvimento histórico dos sistemas formais desementes, Niels Louwaars mostra que esses se desenvolveram nos paísesindustrializados na segunda metade do século XIX e evoluíram rapidamentea<strong>pós</strong> a reinvenção das leis de hereditariedade de Mendel no início do séculoXX, tendo ganhado novo impulso com a descoberta do fenômeno da heterosee a subsequente introdução de milhos híbridos. Louwaars mostra que o sistemaformal funciona, do ponto de vista da diversidade genética vegetal, como um“funil”, em que, a partir de uma ampla variedade de materiais disponíveis emcoleções de germoplasma, são desenvolvidas – e chegam aos agricultores –pouquíssimas variedades, adaptadas ao modelo agrícola dominante, que, emgeral, não atendem às necessidades de agricultores que vivem em ambientesmarginais, sujeitos a estresses agroambientais e socioeconômicos maiscomplexos. Os sistemas formais estão voltados principalmente para as espéciesagrícolas de grande valor comercial e de ampla utilização em ambienteshomogêneos ou homogeneizados por fertilizantes químicos e pesticidas. Assim,não são capazes de oferecer grande variedade de sementes adaptadas a usos econdições locais específicas e de atender às necessidades de agricultores quedispõem de poucos recursos e vivem em regiões heterogêneas, ambiental eculturalmente (LOUWAARS, 2007).4. AS SEMENTES E OS SISTEMAS AGRÍCOLAS LOCAISConnie Almekinders prefere chamar os sistemas “locais” de “sistemasdos agricultores”, para enfatizar que são os próprios agricultores que manejame controlam tais sistemas, promovendo a seleção, o melhoramento, a produçãoe a difusão das sementes em contextos locais específicos (ALMEKINDERS,LOUWAARS, 1999). São sistemas em que os agricultores produzem suaspróprias sementes, controlando os recursos genéticos de plantas de maneiraintegrada e com diferentes finalidades, explica Walter de Boef. Acrescenta aindaesse pesquisador que o manejo e a seleção dos agricultores, em combinaçãocom processos naturais, como mutação genética e cruzamento com parentessilvestres, caracterizam um “sistema de evolução contínua dos cultivos” (BOEF,2007). São sistemas que mantêm a diversidade genética no campo, em que sãodesenvolvidas variedades agrícolas adaptadas a condições locais específicas,que os sistemas formais não têm condições e/ou interesse em produzir ecomercializar. Além disso, são os sistemas locais que produzem sementes emáreas remotas e de difícil acesso, aonde os sistemas formais não chegam. Aheterogeneidade das sementes e das variedades produzidas pelos sistemas locais92 Hiléia - Revista do Direito Ambiental da Amazônia n 0 <strong>13</strong> |Jul - Dez| 2009 n 0 <strong>14</strong> |Jan - Jun| 2010livro hileia<strong>13</strong>,<strong>14</strong>.indd 92 12/4/2011 17:33:09

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