13.07.2015 Views

Número 13 / 14 - uea - pós graduação

Número 13 / 14 - uea - pós graduação

Número 13 / 14 - uea - pós graduação

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

que alguns seres humanos crêem na absoluta submissão do meio ambiente aosseus particulares e inconfessáveis interesses. E me parece que o diferencial donosso comportamento com os dos povos indígenas, que também se servem dasflorestas (muitas vezes desordenadamente), reside exatamente no modo comoencaramos a natureza e a destinação que demos a ela, como se fosse um “serestranho”, “domesticável” e “irredutível”.Portanto, a discussão antes de passar pelo foco da integração ou não como meio ambiente, deve inicialmente ser pautada pela recapitulação das práticassociais de ambas as sociedades (índias e não-índias), tendo sempre presente olapidar ensino de Isabelle Vidal Giannini:[...] não podemos dizer que as sociedades indígenas sãonaturalmente integradas à natureza, pois a prática social danatureza se articula sobre a idéia que uma dada sociedadese faz de si própria, sobre a idéia que ela se faz do ambienteque a circunda e sobre a idéia que ela se faz de sua intervençãosobre o meio ambiente 3 .Desse modo, e para não incorrermos no pecado da injusta generalização,lembramos que se registra no Brasil mais de 730 mil pessoas que se autoidentificamgenericamente como “índios” 4 , divididos de norte a sul do país emaproximadamente 227 povos 5 e que falam 177 línguas diferentes 6 .3Os índios e suas relações com a natureza. Índios no Brasil. GRUPIONI, L. D. B. (org.).São Paulo: Global, 2005, p. <strong>14</strong>5.4Esses números foram colhidos no último censo promovido pelo IBGE (2000),lembrando que não há no país um censo específico e adaptado à realidade dos povosindígenas.5Levanamento realizadoem julho de 2007 pelo Instituto Socioambiental e que constado Almanaque Brasil Socioambiental: uma nova perspectiva para entender a situaçãodo Brasil e a nossa contribuição para a crise planetária. São Paulo: ISA, 2007, p. 226.6Resultado do levantamento feito por Bruna Franchetto junto ao acervo do Setor deLingüística do Museu Nacional, dos primeiros cadastramentos de pesquisadores(ANPOLL e UFGO) e de produções acadêmicas (UFRJ, UNICAMP, UFSC),devidamente perfilhado no trabalho intitulado “O conhecimento científico das línguasindígenas da Amazônia do Brasil”, publicado na obra organizada por F. Queixalós e O.Renault-Lescure, com o título de As línguas amazônicas hoje. São Paulo: IRD: ISA:MCT/CNPq, 2000, p. 171.Hiléia - Revista do Direito Ambiental da Amazônia n 0 <strong>13</strong> |Jul - Dez| 2009 n 0 <strong>14</strong> |Jan - Jun| 2010 177livro hileia<strong>13</strong>,<strong>14</strong>.indd 177 12/4/2011 17:33:15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!