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Número 13 / 14 - uea - pós graduação

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estaria como alternativa, na pior das hipóteses, a migraçãopara os centros urbanos, como já vem ocorrendo com apopulação de várias comunidades da região.Esterci (2002, p. 51) descreve e constata que a Amazônia é um laboratóriode política e projetos. Na Amazônia há processos sociais complexos, queenvolvem relações entre o Estado; a sociedade civil organizada e pesquisadores,e advêm destas relações uma dimensão ecológica como forma de identidade, porexemplo, os seringueiros do Acre, que por sua vez envolvem em seu discursoa Natureza, os Direitos e os critérios de Justiça Social. Mostrando uma relaçãoentre Ecologia, Política e Direito.Nesta percepção, Esterci (2002, p. 52) descreve um exemplo significativo,isto é, a separação dos sentidos entre pescador e ribeirinho. Para a primeiracategoria, Esterci (2002, p.52) descreve tendo uma discriminação negativa,no qual é colocado como “depredadores”, não interessado na conservação danatureza; já a categoria do ribeirinho, possui uma discriminação positiva, o qualé denominado como o conservador “tradicional”. Ela descreve que essas duascategorias estão de lados opostos, com a ressalva que estas categorias estão emprocesso constante de mudança e é necessário se destacar que não só possui umarelação de conflitos bilaterais, mas também que envolve vários sujeitos.Ambas são categorias de trabalhadores da pesca. Neste sentido é pescador(a), aquele (a) que pesca, que vive em pequenos ou grandes centros urbanos eaos ribeirinhos, àqueles que moram nas margens dos rios e lagos do interior; valesalientar que nem todos que são pescadores somente e que nem sempre possuemcaracteres de ribeirinhos e vice-versa, mas mesmo assim sendo-os. Originandosedesta análise ecológica política a problemática entre a representação de ambas,ou seja, a unidade básica de representação dos ribeirinhos são as comunidades edos pescadores as colônias de pescadores.Há de se ater que esse processo de construção de imagens possui umhistórico desses grupos e determinou a organização e a legitimação darepresentação de ambas. Cita Esterci (2002, p. 53) que o estado do Amazonas,no qual no decorrer do século XIX, teve a formação de pequenos grupos deprodutores na região, e por causa de alterações nas áreas de várzeas e esgotamentoou perda dos valores dos recursos naturais o êxodo rural destas populações noséculo XX; sendo que na década de 1950 houve a modernização nas técnicas decaptura, inclusive com incentivos governamentais, especialmente nas décadas de60 e 70, importante salientar também a criação da Zona Franca de Manaus. Comesses fatores iniciaram mudanças de paradigma de vida, alguns dos pescadoresde subsistência (pequena escala) tornaram-se pescadores comerciais, originandovários conflitos como o caso dos “pescadores de fora”, isto é, aquele que nãoHiléia - Revista do Direito Ambiental da Amazônia n 0 <strong>13</strong> |Jul - Dez| 2009 n 0 <strong>14</strong> |Jan - Jun| 2010 289livro hileia<strong>13</strong>,<strong>14</strong>.indd 289 12/4/2011 17:33:22

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