13.07.2015 Views

Número 13 / 14 - uea - pós graduação

Número 13 / 14 - uea - pós graduação

Número 13 / 14 - uea - pós graduação

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

1. RELAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL COM A NATUREZANão excede recordar que nos primórdios da civilização ocidental houveum tempo em que os homens se viam como mais um dos elementos integrantesda natureza, em posição de inferioridade e com o pensamento todo centrado nacompreensão da physis.Trata-se do naturalismo antigo, período em que os gregos origináriosalimentavam uma concepção cosmo-ontológica, somente considerando osaspectos da natureza física, ou seja, o mundo do “não eu”.A seu turno, Tales de Mileto (séc. VI a.c.) – que previu um eclipse lunarno ano 585 a.c., bem como trouxe primeiro uma explicação racional para asmarés do Nilo – defendia a tese de que a origem de tudo (arché) estava noelemento “água”. Percebia também uma espécie de “alma” em todas as coisasda natureza que, por ser imortal, justificava o “princípio do movimento” 11 .Heráclito de Éfeso (535 a 475 a.c.) 12 voltou a sustentar a teoria do“dinamismo físico”, mas com base num “devir” <strong>13</strong> permanente, em constantemutação e cujo símbolo primário era o “fogo”, justamente o elemento detransformação dos corpos terrenos.Parmênides de Eléia (530 a 460 a.c.) contribuiu para um melhorentendimento da complexidade do meio ambiente, revelando a existência do“ser”, uma espécie de essência intrínseca à todas as coisas da terra, erigindo o“ar” como elemento fundamental da natureza <strong>14</strong> .Debalde os esforços dos pré-socráticos em manter o pensamento fixadono ambiente que circundava os seres humanos, inicia-se com os sofistasum deslocamento da filosofia da physis para o próprio homem (psiché),predominando entre eles temas como ética, política, retórica e educação.Esse desvio de rumo encontra Sócrates (470 a 399 a.c.) como o seugrande sustentáculo que, à par de reflexões sobre a verdade, morte, moral,felicidade, amizade e outros assuntos exclusivos da humanidade, se notabilizoupor sentenciar: - “conhece-te a ti mesmo” 15 .11MARTINS FILHO, I. G. Manual esquemático de história da filosofia. São Paulo: LTr,1997, p. 20-21.12MONDIN, B. Curso de filosofia. Vol. 1. Tradução de Bênoni Lemos. São Paulo: Paulus,1981, p. 26-28.<strong>13</strong>“Vir a ser”, movimento para frente, em direção do futuro.<strong>14</strong>MONDINI, B. Op. cit., p. 29-32.15MARTINS FILHO, I. G. Op. cit., p. 28-29.Hiléia - Revista do Direito Ambiental da Amazônia n 0 <strong>13</strong> |Jul - Dez| 2009 n 0 <strong>14</strong> |Jan - Jun| 2010 179livro hileia<strong>13</strong>,<strong>14</strong>.indd 179 12/4/2011 17:33:15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!