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Número 13 / 14 - uea - pós graduação

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órgãos para fins de transplante e na “barriga de aluguel”. Tais atos sãoexemplares na exploração de aspectos materiais do “vivant”. Contudo,sob o símbolo da gratuidade, procura-se afastar essas situações do cenáriocontratual.Poder-se-ia cogitar de uma contraposição entre a materialidade e aimaterialidade do “vivant”. Porém, toda contraposição se desfaz diantede um elemento comum: sob o signo do “don”, um mesmo indivíduopode dispor de seu corpo para fins de transplante ou para fins de cedera um biobanco as informações contidas em seus genes. Importa dizer: o“don” entrelaça a materialidade e a imaterialidade do “vivant”. Cogitasedo despertar de uma inquietude, que toma conta do direito doscontratos: a pessoa ocupa o lugar do objeto contratual. Há nisto umaruptura antropológica, ensaiada pela concepção de pessoa em termosquantitativos. Sendo valorada pela informação que contém, a pessoaagrega consigo valor econômico, tornando-se objeto do contrato.2. DO CONTRATO AO “DON”: NOTAS DE RESSIGNIFICAÇÃO DO CON-TRATODa “mitologia política da modernidade” (CAPELLA, 1997, 109)recolhe-se uma teia de significações para o contrato: o político, o social eo econômico se entrelaçam, delineando o contrato social. Ao ensaiar quehomens, em estado de guerra contra todos, renunciam aos seus direitosnaturais em favor de um soberano, o contratualismo rende ao consensoa origem do Estado e da sociedade, como forma de legitimar o podersoberano. É o significado político que se entrelaça ao social: o contratorepresenta “a passagem para uma forma superior de sociedade”. (ROPPO,1988, 37).Nessa fábula, seus personagens são desenhados sob o signo de umaruptura antropológica: o homem deixa de ser social por natureza para sersocial por convenção. Resta o sujeito de direito, delineado pelos sistemasjurídicos modernos, sob feição ideológica: abstraído de sua posição social,o homem é mero titular de direitos subjetivos; as vozes que figuram portrás das mercadorias (CAPELLA, 1997, <strong>13</strong>5).Hiléia - Revista do Direito Ambiental da Amazônia n 0 <strong>13</strong> |Jul - Dez| 2009 n 0 <strong>14</strong> |Jan - Jun| 2010 63livro hileia<strong>13</strong>,<strong>14</strong>.indd 63 12/4/2011 17:33:07

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