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Número 13 / 14 - uea - pós graduação

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EUA e Europa como nos países em desenvolvimento é equivocado supor quetodas as sementes produzidas pelos próprios agricultores sejam de variedadeslocais, pois eles reproduzem também sementes de variedades comerciais.No Brasil, os sistemas locais são também fundamentais para a agricultura,sendo responsáveis pelo abastecimento de grande parte das sementes utilizadaspelos agricultores tradicionais, familiares e agroecológicos. Em uma estimativafeita ao longo do período de 1991 a 2003 no Brasil, a taxa média de uso desementes produzidas pelo sistema formal foi de 19% para feijão, 48% paraarroz, 72% para soja, 75% para milho, 77% para algodão e 89% para trigo(CARRARO, 2005). Todo o restante das sementes foi produzido pelos sistemaslocais, que abasteceram, durante o referido período, 81% e 52% do total dassementes utilizadas pelos agricultores em culturas fundamentais à segurançaalimentar e nutricional dos brasileiros, como arroz e feijão. Os sistemas locaisabrangem tanto o desenvolvimento, produção, adaptação e distribuição desementes locais como o uso próprio de sementes comerciais (guarda de sementespara uso na safra seguinte). Nesses sistemas, as extensas e complexas redessociais que promovem o intercâmbio de sementes, variedades e conhecimentosagrícolas têm papel fundamental na conservação da diversidade genética.Segundo a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM,2008), que reúne os maiores produtores de sementes, os agricultores brasileirosutilizaram, na safra 2006-2007, sementes produzidas pelo sistema formal nasseguintes proporções: 49% na cultura do algodão, 43% na do arroz, 15% na dofeijão, 85% na do milho, 50% na da soja, 74% na do sorgo e 71% na do trigo.Isso significa que as sementes produzidas pelos sistemas locais representaram51% na cultura do algodão, 57% na do arroz, 85% na do feijão, 15% na domilho, 50% na da soja, 26% na cultura do sorgo e 29% na cultura do trigo. Nasafra 2007-2008, o uso de sementes produzidas pelos sistemas formais diminuiuem relação a quase todas as culturas (com exceção da soja e do sorgo), comoindicam os números divulgados pela Abrasem: 44% na cultura do algodão,40% na do arroz, <strong>13</strong>% na do feijão, 83% na do milho, 54% na da soja, 88%na do sorgo e 66 % na do trigo. Ou seja, os sistemas locais são responsáveispelo abastecimento de sementes para a maior parte das culturas no Brasil, e ouso das sementes produzidas pelo sistema formal/comercial tem diminuído nopaís. Entre as razões apontadas pela Abrasem para a prática dos agricultores deguardar sementes para utilização na safra seguinte estão: - tradição familiar ouregional; - tentativa de redução de custos; - escassez de sementes ou cultivares;- preços acima do valor aceito pelo mercado; e - baixa qualidade da sementecomercial.94 Hiléia - Revista do Direito Ambiental da Amazônia n 0 <strong>13</strong> |Jul - Dez| 2009 n 0 <strong>14</strong> |Jan - Jun| 2010livro hileia<strong>13</strong>,<strong>14</strong>.indd 94 12/4/2011 17:33:09

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