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Direito Financeiro e Tributrio - Kiyoshi Harada - 2016

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sociais que serão mais beneficiadas pela atuação do Estado, vale dizer, pela<br />

prestação de serviços públicos.<br />

O orçamento reflete o plano de ação do governo, sempre elaborado com<br />

base em uma decisão política. Parlamentares ligados à massa pleiteiam<br />

inclusão de despesas nos setores que a ela interessam: gastos enormes com<br />

a saúde, a educação, a assistência social, a habitação popular etc.<br />

Outrossim, todo partido político tem um programa de governo. Uma vez<br />

no poder, vai executar esse programa, direcionando as despesas nesse<br />

sentido. Daí por que o orçamento é essencialmente um ato político.<br />

No regime parlamentar, a proposta orçamentária é apresentada pelo<br />

gabinete como expressão dos anseios representados pela maioria<br />

parlamentar. Sua rejeição implica a queda do gabinete. No regime<br />

presidencial, a proposta orçamentária é apresentada pelo Presidente da<br />

República, e a não aprovação dessa propositura implica a manifestação de<br />

que o Presidente renuncie ao mandato ou mude os ministros.<br />

5.5ASPECTOS ECONÔMICOS DO ORÇAMENTO<br />

É inegável o aspecto econômico do orçamento. De um lado, funciona<br />

como instrumento de otimização dos recursos financeiros.<br />

Compatibilizando as necessidades da coletividade com as receitas<br />

estimadas e efetivamente ingressadas no Tesouro, obriga o administrador a<br />

exercitar maior racionalidade econômica. Deve ele não só eleger as<br />

prioridades da ação governamental ajustando-a ao conjunto da situação<br />

econômica do país, em um determinado momento, como também buscar<br />

alternativas de otimização de recursos financeiros disponíveis, fato que<br />

implica cálculo econômico, a fim de que as necessidades públicas sejam<br />

satisfeitas mediante um dispêndio mínimo. De outro lado, existe uma clara<br />

correlação entre a economia privada e as finanças públicas. O orçamento<br />

como veiculador de determinada política financeira do Estado acaba<br />

direcionando a política econômica global do Estado. Realmente, por meio<br />

do orçamento é possível ao Estado estimular ou desestimular a produção, o<br />

consumo e o investimento, ora incrementando a política de gastos públicos<br />

(déficit sistemático), ora contendo as despesas, adiando obras e serviços e,<br />

ao mesmo tempo, aumentando a carga tributária para absorver o poder<br />

aquisitivo dos particulares (superávit orçamentário).<br />

O equilíbrio orçamentário, no passado, era a regra de ouro das finanças<br />

públicas. Governantes até se acanhavam de confessar o déficit. Hoje, essa<br />

regra é contestada. Tudo deve depender das situações conjunturais. No<br />

período de depressão econômica, o equilíbrio orçamentário pode conduzir a<br />

desempregos generalizados, ao sucateamento dos parques industriais etc.<br />

Outrossim, se a força produtiva do país não se expandir por falta de energia<br />

elétrica, deficiência no sistema de comunicações, fragilidade ou

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