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As serpentes e o bastão: tecnociência, neoliberalismo e ... - CTeMe

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que tanto o governo dos outros quanto o governo de si incorporam a racionalidade econômica<br />

como “regime de verdade” (Par. 2.3) não é difícil entender por que a ciência deva funcionar<br />

num “contexto de aplicação”. Numa época em que o mercado assume o papel de um “tribunal<br />

econômico permanente” (Par. 2.4) capaz de avaliar a validade das práticas de governo e<br />

também a conduta individual, o governo e a sociedade passam a exigir maiores retornos (e<br />

mais a curto prazo) da pesquisa científica e tecnológica, e avaliar sua produção com base na<br />

mesma racionalidade. Quando não apenas o estado, mas também as famílias e os indivíduos<br />

são vistos (e se vêem) como “empresários de si mesmos”, não é surpreendente que uma parte<br />

do sistema científico, embora sua produção seja mercadoria de um tipo absolutamente<br />

especial, comece a funcionar como uma empresa. E que algum cientista comece a agir como<br />

Craig Venter: um Homo scientiae oeconomicus.<br />

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